Na última quinta-feira (12/5), a Força Área Brasileira excluiu definitivamente o sargento Manoel da Silva Rodrigues do seu quadro. Em 2019, o agora ex-militar, foi preso em Sevilha, na Espanha, e recebeu R$ 290,7 mil da FAB desde que foi preso ao transportar 37 quilos de cocaína pura em um voo da comitiva presidencial e acusado de tráfico internacional de drogas.
“A decisão foi proferida após cumprido o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa”, diz a FAB.
Segundo informações do site Metrópoles, em todo esse tempo, o segundo-sargento seguiu recebendo seu salário normalmente, que variou de R$ 7.298 a R$ 8.109 no período, além de gratificações natalinas – que dobra a remuneração mensal dele uma vez ao ano.
Os dados foram levantados pelo Metrópoles no Portal da Transparência do governo federal. A reportagem considerou o período de julho de 2019 a abril de 2022 (hoje, a plataforma traz dados somente até fevereiro de 2022, mas, para calcular o período de março e abril deste ano, foi considerada a remuneração bruta mensal de R$ 8.109).
A assessoria da FAB tem sido procurada para esclarecer esses valores, mas não se manifestou.
A FAB, ao anunciar a expulsão de Rodrigues, afirmou que tão logo comunicada a prisão do sargento em Sevilha, “foi instaurado processo administrativo para julgar a conduta praticada, sob o prisma da ética militar”.
“Ressalta-se que o tempo decorrido até a efetiva expulsão do sargento esteve condicionado ao cumprimento dos devidos trâmites administrativos de intimação do militar, que se encontra detido em outro país, desde a sua prisão em flagrante”, acrescentou a corporação, em comunicado.
O ex-sargento foi condenado pela Justiça Militar da União a 14 anos e 6 meses de reclusão. Ele também deverá arcar com 1,4 mil dias-multa, fixados em 1/3 do salário-mínimo por dia.
A promotoria militar afirmou que o sargento agiu com muita audácia ao embarcar com a droga na aeronave, sem passar pela pesagem, e pediu uma pena severa. “Não tenho a menor dúvida de que esse é um crime militar, mas praticado num contexto de tráfico internacional”, disse o juiz federal Frederico Magno de Melo Veras, presidente do Conselho Permanente de Justiça (CPJ) da 2ª Auditoria Militar de Brasília (11ª CJM).
Comentários