O Partido dos trabalhadores aprovou, nesta quarta-feira, 13, a sugestão da revogação da reforma trabalhista para o programa a ser apresentado pela federação com o PC do B e com o PV. Houve um consenso em mudar o termo “revisão” para “revogação” entre os integrantes do partido. A informação foi antecipada pela Folha de S. Paulo.
A mudança dá tom mais radical a uma proposta que tem sido alvo de questionamentos de empresários a petistas em reuniões. Foi um dos temas, por exemplo, levantados por executivos em um jantar com a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em São Paulo na semana passada.
O texto aprovado pelo PT e que serviu de modelo para o programa da federação é claro: “Defendemos a revogação da contrarreforma trabalhista feita no governo Temer, e implementar uma nova reforma trabalhista feita a partir de negociação tripartite, que proteja trabalhadores, recomponha direitos, fortaleça a negociação coletiva e a representação sindical e dê especial atenção aos trabalhadores informais e de aplicativos”.
O esforço político será por revogar apenas trechos da reforma trabalhista e não toda a legislação. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse em entrevista recente à CNN Brasil que a ideia é consertar o que “deu errado”, debatendo a questão com empresários e trabalhadores. Qualquer alteração na lei precisará passar pelo Congresso.
O uso do termo revogação está alinhado com os aliados mais à esquerda, como o PSOL, que tem cobrado do PT o compromisso em não arrefecer o discurso e propor a revogação das reformas trabalhista e previdenciária do governo Michel Temer, além do Teto de Gastos.
Nas negociações com o PT, o PSOL chegou a retirar candidaturas que rivalizassem com a legenda, como foi o caso de Guilherme Boulos, em São Paulo, que deixou a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e tentará uma vaga na Câmara. Assim, ele não concorreria contra Fernando Haddad, pré-candidato petista ao governo.
No início do ano, Lula e Gleisi Hoffmann mencionaram a possibilidade de revogar estas reformas. Depois, o partido acabou recuando alguns passos no discurso e pregando a revisão de alguns pontos da reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer em 2017.
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