O Ministério da Saúde decidiu nesta sexta-feira (1) incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro remédio de eficácia comprovada para o tratamento de casos graves de covid-19. A inclusão havia sido recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) esta semana. Estudos realizados em vários países, entre eles o Brasil, mostraram que o baricitinibe reduz em 38% a mortalidade de pacientes hospitalizados.
O Olumiant, nome comercial do medicamento, é produzido pela Eli Lilly. Já é usado em mais de 70 países, entre eles o Brasil. É aplicado no tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica.
O baricitinibe já tem registro no Brasil desde 2018 para o tratamento de artrite reumatoide ativa moderada a grave e desde 2021 para dermatite atópica moderada a grave.
A oferta do medicamento no SUS foi definida depois da decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que recomendou o uso. A droga é comercializada pela farmacêutica Eli Lilly com o nome de Olumiant.
Segundo o governo, este será o “primeiro remédio para o tratamento do vírus no Sistema Único de Saúde (SUS)”.
“O medicamento baricitinibe será disponibilizado para tratamento de pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal”, informou a pasta.
Com a decisão do MS, as áreas técnicas da pasta têm agora até 180 dias para efetivar a oferta da medicação no SUS. Além do ministério, Estados e municípios também podem fazer negociação de compra.
Segundo farmacêutica, remédio pode reduzir a mortalidade em 38%
O remédio atua sobre o sistema imune, auxiliando no processo de recuperação de quadros inflamatórios. De forma mais específica, ele diminui a ação da interleucina-6, substância ligada à ocorrência de reações inflamatórias geradas por diversas doenças e se apresenta com níveis elevados em casos mais graves da doença.
De acordo com a farmacêutica, o estudo Cov-Barrier avaliou o uso do medicamento e demonstrou uma redução potencial de 38% da mortalidade no 28º dia de tratamento.
“O estudo foi global e incluiu pacientes de vários países com alta prevalência de hospitalizações por covid-19”, informou a farmacêutica. Entre os países, estão EUA, Brasil, México, Argentina, Rússia, Índia, Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha, Japão e Coréia.
O Brasil foi um dos locais com maior número de participantes do estudo com quase 400 pacientes em 18 centros clínicos de cinco Estados.
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