Nesta quinta-feira, 2, a Polícia Federal realizou, em Belém, busca e apreensão apresentados pelo Ministério Público do Pará e expedidos pela Justiça Federal, de celulares e documentos na residência de duas pessoas suspeitas de participarem de um esquema de fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
De acordo com as investigações, o crime aconteceu no último domingo de prova, 28, enquanto um dos suspeitos, que fazia o exame no município de Benevides, conseguiu ter acesso a um aparelho celular para se comunicar com pessoas que estavam fora do prédio. A prática, claro, é proibida.
Segundo a legislação, a pena por fraudes em concurso público pode chegar a quatro anos de prisão, além de multa. Se o crime resultar em dano à administração pública, a pena aumenta para até seis anos de reclusão.
COMO FUNCIONOU O ESQUEMA
O candidato suspeito de fraude repassava fotos das questões para um especialista e outro suspeito ficou responsável por realizar os pagamentos pelas respostas, segundo a PF.
O esquema foi denunciado por um dos especialistas envolvidos. Antes da prova, ele foi procurado por uma pessoa que se apresentou como estudante e pediu que algumas questões no estilo do Enem fossem resolvidas.
Na manhã do último domingo, esse suspeito realizou um pagamento ao especialista e informou que pela tarde seriam enviadas as questões. O prazo para entrega das respostas era às 17h.
Fotos de um caderno de questões do Enem foram enviadas ao especialista no início da tarde, e na maioria das imagens tinha sido apagada a informação do ano de aplicação da prova. No entanto, em uma das fotos ainda constava a informação de que o caderno era da edição deste ano do exame.
Há, ainda, a suspeita de que não houve controle na entrada de celulares na escola de Benevides, onde um dos participantes suspeitos realizou a prova.
As investigações continuam e os itens apreendidos vão passar por perícias.
Foto: Inep.
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