Na noite desta terça-feira, uma juíza federal decidiu pela não interferência no pedido de Donald Trump de bloquear o envio de documentos do seu governo ao Congresso, para as investigações da “CPI” que apura a invasão ao Capitólio no início deste ano.
Segundo a decisão de 39 páginas da juíza Tanya S. Chutkan, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia, o primeiro lote de documentos solicitados pela comissão deve ser entregue à Câmara dos Deputados até amanhã, sexta-feira (12).
“O tribunal considera que o interesse público está em permitir a vontade combinada dos poderes legislativo e executivo de estudar os eventos anteriores ao dia e no próprio 6 de janeiro, e de considerar a legislação para evitar que tais eventos ocorram novamente”, afirmou Chutkan, chamando o ocorrido no Capitólio de uma “tentativa sem precedentes de impedir a transferência legal de poder de um governo para o outro, com uma transição não pacífica vista pela primeira vez desde 1860”.

Em resposta, o corpo de advogados de Donald Trump afirmou que pretende apelar da decisão nos próximos dias, argumentando que os privilégios executivos do ex-presidente lhe dão o direito de não querer entregar os documentos pedidos. Para Jesse Binnall, que lidera a ação proposta por Trump contra a “CPI” e contra o Centro de Arquivos Nacionais, todo o processo é uma “grande jogada política”.
Já para o atual presidente, Joe Biden, os privilégios executivos de Trump não se aplicam nesse caso, com o governo da Casa Branca apoiando a comissão e pressionando a entrega dos documentos solicitados.
Segundo o Congresso Nacional, os arquivos em pauta, pedidos em março e agosto deste ano, estão relacionados às ações de Trump e seu governo antes, durante e depois dos ataques de 6 de janeiro, buscando investigar qual foi a real incitação e participação do ex-presidente na invasão ao Capitólio. Na ocasião, apoiadores do então líder marcharam em Washington e invadiram o Congresso americano, tentando evitar a confirmação da vitória de Biden nas urnas.
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