Milhares de imigrantes estão presos na fronteira entre a Bielorrússia e a Polônia, enquanto os dois países trocam acusações sobre a grave situação humanitária no local.
A União Europeia, grande opositora ao presidente ditador bielorrusso, Alexander Lukashenko, acusa o país de “encorajar migrantes do Oriente Médio e da África a entrar em países do grupo via Polônia”. A ação seria uma forma de “vingança” pelas sanções impostas contra o governo da Bielorrússia.
No momento, Polônia e Lituânia enviam dezenas de milhares de tropas adicionais à região da fronteira, temendo possíveis confrontos armados com os bielorrussos.
“A Bielorrússia quer causar um grande incidente, de preferência com tiros disparados e violência. Eles estão preparando uma grande provocação na fronteira, onde haverá uma tentativa de travessia em massa”, afirmou Piotr Wawrzyk, vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, em entrevista a rádios locais.
Nesta terça-feira, 9, o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, ainda acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de ter orquestrado a movimentação dos imigrantes, com Lukashenko apenas executando o “plano”.
O líder da Polônia também deixou claro que manterá as fronteiras de seu país fechadas, visando proteger a segurança polonesa e de toda a União Europeia. A região está cercada por arames farpados, que são atacados pelos refugiados com pedaços de pau. A polícia tem respondido as tentativas de forma incisiva.
Segundo relatos de testemunhas, a situação é cada vez mais crítica na fronteira. Com temperaturas abaixo de zero durante a noite e alimentos ficando ainda mais escassos, já houve mortes de imigrantes nos últimos dias.
Em resposta a todas as acusações, a Bielorrússia afirmou não ter relação com a crise, negando qualquer tipo de fator motivador dentro do governo de Lukashenko e culpando o Ocidente pelo “tratamento dispensado aos migrantes”.
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