PORTUGAL
O vice-presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Dr Jacinto Gonçalves, em entrevista à CNN Portugal, criticou a decisão do governo lusitano de incluir crianças (de 5 a 11 anos) no cronograma de vacinação contra a covid-19 no país.
O médico ressalta que, de acordo com a Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos, presidida pela médica pediatra, Cristina Camilo, durante toda a pandemia, apenas 4 crianças chegaram a ser internadas em unidades de terapia intensiva e todas elas possuíam comorbidades graves.
“Nós não sabemos, por outro lado, se a vacina, a medio e a longo prazo, é segura”, declarou o cardiologista.
O vídeo, que reproduz a entrevista concedida este mês para a gigante CNN, não tem gerado alvoroço apenas entre internautas europeus, já que brasileiros que se posicionam contrários a vacinação para esta faixa-etária têm compartilhado o conteúdo e deixado suas opiniões.
É que o tema está mais em alta do que nunca, visto que o Ministério da Saúde do Brasil abriu, na última sexta-feira feira (24) uma consulta pública para que a sociedade opine sobre a vacinação em crianças que têm idades entre 5 a 11 anos.
A medida veio após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar (no dia 16) a aplicação do imunizante para os pequenos, o que tem deixado responsáveis com muita dúvidas ainda a serem sanadas. O presidente Jair Bolsonaro e o atual ministro, Marcelo Queiroga, foram, publicamente, contrários a decisão da agência.
“Os óbitos de crianças estão dentro de uma patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, isso aqui favorece que o ministério tomar uma decisão baseada em evidência científica de qualidade, na questão da segurança, na questão da eficácia e da efetividade. […] Isso vai ser tratado no âmbito técnico do Ministério da Saúde. Isso não é eleição. Isso é uma consulta pública. Não há nada de novo nisso. E foi validado pelo STF. Não podemos querer usar as decisões do STF de maneira self-service. Então, a decisão do ministro Lewandowski é uma decisão própria e o que o Ministério da Saúde cumprirá” alega Queiroga.
Já a Anvisa tem rebatido declarações que questionam a segurança da vacinação em crianças e alega que “com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, incluindo estudos de fase I, II e III, concluiu-se que vacina Pfizer-BioNTech Covid-19, quando administrada no esquema de 2 doses em crianças de 5 a 11 anos de idade, é segura e eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática, na prevenção das doenças graves, potencialmente fatais ou condições que podem ser causadas pelo SARS-CoV-2”.
A consulta pública vai até o dia 2 de janeiro de 2022 e pode ser acessada pelo link https://www.gov.br/participamaisbrasil/opine
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