Na manhã desta quinta-feira, 23, a FDA (Food & Drug Administration) voltou à ação e aprovou o uso emergencial de mais uma pílula contra a Covid-19, desta vez a desenvolvida pela alemã Merck.
Recomendado para adultos em grupos de risco já contaminados com o novo Coronavírus e apresentando sintomas moderados, estudos da farmacêutica indicam uma eficácia de 30% na proteção contra o desenvolvimento de formas mais graves da doença, prevenindo hospitalizações e mortes.
O Molnupiravir, como assim chamado o tratamento pela Merck, consiste em um total de 40 pílulas de 200 miligramas, consumidas quatro de uma vez, duas vezes ao dia, por cinco dias, iniciando dentro dos primeiros cinco dias de sintomas.
A aprovação vem apenas um dia após a FDA conceder a autorização de uso emergencial à outra farmacêutica e seu antiviral contra a Covid-19, a Pfizer.
O tratamento oral Paxlovid, como assim chamado pela farmacêutica, é recomendado para todos aqueles acima de 12 anos que façam parte de algum grupo de risco e já estejam contaminados com o novo Coronavírus, tendo as pílulas a função de evitar uma evolução mais grave da doença.
“Esta autorização fornece uma nova ferramenta para combater a Covid-19 em um momento crucial da pandemia, à medida que novas variantes surgem e promete tornar o tratamento antiviral mais acessível para pacientes com alto risco de progressão grave”, afirmou a Dra. Patrizia Cavazzoni, diretora de Pesquisa e Avaliação de Medicamentos no FDA.
Segundo a Pfizer, o tratamento completo consiste em 30 pílulas, ingeridas em duas doses diárias de três comprimidos por cinco dias. A recomendação é que o paciente comece o processo até o quinto dia após os primeiros sintomas da doença, com dados da farmacêutica indicando uma eficácia de 89% contra o desenvolvimento de formas mais graves da Covid-19 nesses casos.
Contudo, a agência destacou a não indicação do Paxlovid para pacientes com transplante de órgãos ou HIV, visto que componentes da pílula, como Ritonavir e Nirmatrelvir, podem interferir com medicamentos de controle.
De acordo com o CEO da Pfizer, Albert Bourla, a farmacêutica está se preparando para distribuir o Paxlovid assim que aprovado pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), devendo ter cerca de 180.000 tratamentos em estoque até o final deste ano, com a expectativa de 80 milhões até o final de 2022, dos quais o governo Biden espera comprar 10 milhões durante o ano que vem.
Apesar de bem menos eficaz quando comparado aos dados apresentados pela Pfizer sobre sua pílula, o tratamento da Merck deve ser muito mais acessível à população. O governo Biden já anunciou a compra de 3,1 milhões de doses do medicamento no valor de US$ 2,2 bilhões, esperando poder distribuir tudo até o final de janeiro para estados e municípios.
No último mês, um painel consultivo da FDA votou com uma pequena margem a favor da pílula alemã, tendo diversos especialistas apresentado dúvidas sobre os riscos trazidos pela droga aos pacientes, não sendo recomendada para grávidas e menores de idade.
Em questão de efeitos colaterais, o tratamento da Merck, que deve ser eficaz contra a nova variante Ômicron, pode causar diarreia, náusea e tontura durante os primeiros dias.
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