Com a disseminação de casos de varíola dos macacos em diferentes continentes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou o reforço de medidas não farmacológicas — como distanciamento, uso de máscaras e higienização —, principalmente em aeroportos e aeronaves. O pedido busca retardar a entrada do vírus no Brasil.
A varíola de macaco é uma doença pouco conhecida porque a incidência é maior na África. Até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) há 131 casos confirmados de varíola dos macacos, registrados fora do continente africano e 106 outros casos suspeitos, desde que o primeiro foi relatado em 7 de maio.
“A Anvisa mantém-se alerta e vigilante quanto ao cenário epidemiológico nacional e internacional, acompanhando os dados disponíveis e a evolução da doença, a fim de que possa ajustar as medidas sanitárias oportunamente, caso seja necessário à proteção da saúde da população”, diz a nota divulgada no dia 23.
No domingo, foram registrados casos suspeitos na Argentina. A varíola dos macacos é, na verdade, uma doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, onde é considerada endêmica, mas de ocorrência muito rara em outros continentes.
Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico.
“Acho muito difícil que (a doença) não chegue aqui”, afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez — Mas se trata de uma doença considerada benigna.
Além disso, existem tratamento e vacinas. Segundo a Chefe da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP, Anna Sara Levin, é necessário alerta.
“Essa transmissão pessoal é um pouco preocupante, temos de entender se houve uma adaptação do vírus ou contato muito intenso entre as pessoas.”
Recomendações
Qualquer pessoa que apresente sintomas compatíveis (especialmente erupções cutâneas) e histórico de viagens para áreas onde há casos e/ou apresente alguma exposição de risco com casos suspeitos, prováveis ou confirmados, deve tomar medidas de isolamento social, como não ir à escola, trabalho ou eventos. Também deve implementar medidas de proteção respiratória (uso adequado de máscara, ambientes ventilados e distanciamento de outras pessoas) e consultar imediatamente o sistema de saúde.
Se uma pessoa teve contato de risco com um caso suspeito ou confirmado de varíola durante o período infeccioso, desde o início dos sintomas do caso até a queda de todas as crostas das lesões cutâneas, a OMS recomenda que a temperatura seja verificada duas vezes por dia e acompanhamento clínico-sanitário rigoroso por 21 dias. Em caso de erupção cutânea, o paciente deve ser isolado e avaliado como um caso suspeito, e uma amostra deve ser coletada para análise laboratorial.
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