As 18 entidades que fazem parte do Conselho Municipal de Transporte de Belém estão recebendo convocação emitida pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SEMOB) para reunião que vai discutir o reajuste na passagem de ônibus em Belém, na próxima quinta-feira, 24.
Segundo informações anunciadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) está propondo reajuste de 39,4%, com valor de R$ 5,01, enquanto o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel), de 42% com valor de R$ 5,12. Para a entidade sindical, que integra o conselho, as duas propostas estão acima da inflação.
O último reajuste da Tarifa de Ônibus Urbanos de Belém ocorreu em junho/2019 quando a passagem passou de R$ 3,30 para os atuais R$ 3,60. Hoje nominalmente, segundo o DIEESE/PA, a Tarifa de Ônibus Urbanos de Belém com o valor de R$ 3,60 continua entre os menores cobrados entre as Capitais brasileiras, por outro lado o serviço oferecido aos usuários ainda precisa melhorar muito.
Impactos
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese) divulgou uma simulação sobre os impactos do possível reajuste no valor da tarifa de ônibus em Belém no bolso do consumidor. Segundo o estudo, o reajuste de R$ 3,60 para R$ 4,87, valor acima da inflação, compromete o equivalente a 21,25% do salário mínimo, que na prática gera gastos de R$ 233,76 que põe em risco o orçamento mensal do trabalhador que ganha um salário mínimo, no valor de R$ 1.200,00, paga duas passagens de ônibus por dia e não possui vale transporte.
De acordo com o levantamento do Dieese, o valor atual da passagem de ônibus a R$ 3,60, consome o equivalente a 15,71% do salário mínimo, mas o valor proposto pela Setransbel aumentaria o consumo mensal do salário mínimo para 35,28% com a locomoção diária em seu estado mínimo.
O estudo também pontua que, mesmo com o último reajuste no valor da tarifa ter sido realizado em 2019, o valor proposto é superior à inflação e ao poder aquisitivo da população que utiliza o transporte urbano na Grande Belém. A sugestão de consenso no reajuste sugere que seja encontrado um equilíbrio entre um novo preço, já que o valor sugerido provocaria um crescimento no gasto mensal de R$ 172,80 para R$ 233,76.
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