Gabriel Boric, deputado e ex-líder estudantil de esquerda, ganhou as eleições presidenciais do Chile no segundo turno neste domingo (19). O candidato faz parte da aliança Apruebo Dignidad (Eu aprovo a dignidade, na tradução). José Antonio Kast, seu adversário de extrema direita, fez uma publicação nas redes sociais reconhecendo a vitória de Boric.
Tradução: “Acabei de falar com Gabriel Boric e parabenizá-lo pela grande vitória. A partir de hoje é o Presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. Chile em primeiro lugar”.
Com mais de 99%, Boric tinha 55,86% dos votos contra 44,14% de Kast. A partir de 2022, o candidato de esquerda terá um mandato de quatro anos.
Cerca de 8 milhões de chilenos votaram, somando branco e nulos. O número é superior a quantidade de votante no primeiro turno, que ficou em 7 milhões. No Chile, o voto não é obrigatório e 15 milhões de pessoas poderiam participar do pleito.
Aos 35 anos, Boric se tornou o mais jovem presidente da história do país. “Queremos avançar para um Estado de bem-estar. O título que me colocam não me preocupa. Se é social democrata, tudo bem”, afirmou.
A direita chilena o considera de “extrema esquerda” e Gabriel se define como ambientalista, feminista e regionalista, marcas que ele pretende instaurar durante seu governo como forma de superar a desigualdade social e econômica, assim como cicatrizar feridas das revoltas ocorridas em 2019, com um Estado mais forte e melhores serviços básicos. Com a eleição, ele será o presidente do Chile mais definido para esquerda desde Salvador Allende, derrubado do poder após um golpe militar.
“Se o Chile foi o auge do neoliberalismo na América Latina, também será seu cemitério”, disse Boric, crítico do modelo, ainda durante a campanha presidencial.
Foto: Luis Hidalgo/AP.
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