Os médicos do hospital Abelardo Santos, em Belém, começaram a publicar em seus perfis nas redes sociais o atraso salarial de 2 meses pelo qual têm passado. Esses profissionais estiveram na linha de frente da guerra contra a covid-19.
A OS que administrava o hospital, a ISSA (Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia) foi substituída por outra OS, a Mais Saúde. Porém, a última não pagou os médicos desde setembro e fez uma proposta de pagar apenas 70% do valor atrasado, alegando não ter recurso para pagar os 2 meses de forma integral.
O governo do estado é alvo de investigação que corre na polícia federal envolvendo exatamente as OSs que administram hospitais públicos estaduais e que teriam desviado valores que ultrapassariam a cifra de R$ 1 bilhão no esquema de quarteirização do serviço de gestão desses hospitais.
O governador Helder Barbalho, inclusive, foi apontado como o chefe dessa organização criminosa.
Os cofres públicos do estado nunca estiveram tão abastecidos, uma vez que receberam verbas federais no ano passado e este ano, em virtude do combate à pandemia. Só em 2020, o governo federal enviou ao Pará quase E$ 1 Bilhão, conforme dados oficiais do portal da transparência.
O curioso é que a ISSA (a OS que está dando calote nos médicos do Abelardo Santos) ganhou um novo chamamento público para administrar mais 2 hospitais públicos estaduais, o Hospital Galileu e a Policlínica.
A responsabilidade do pagamento dos profissionais de saúde são, de fato, das OSs. Contudo, quem contrata essas organizações é o governo.
A situação está sendo classificada pela classe médica como incompetência do governo de Helder Barbalho, afinal, não há falta de dinheiro em caixa.
Foto: Ruy Baron/Valor
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