Governador de Goiás, Ronaldo Caiado alega sofrer “retaliações” do governo Lula devido à sua postura de oposição e à pretensão de se candidatar à Presidência da República em 2026. Em entrevista à coluna, Caiado afirmou ser vítima de sanções econômicas e decisões políticas que prejudicam sua administração e que avalia adotar medidas judiciais contra a União.
“É um governo de fofoca, de ti-ti-ti para cá, de ‘vamos perseguir o estado de Goiás’, ‘vamos tirar Goiás da licitação das rodovias federais porque o governador de Goiás é contra nós’. ‘Ah, não vamos passar dinheiro para a saúde, para Goiás, porque o hospital de Águas Lindas está sendo sustentado todo pelo estado de Goiás’”, reclamou Caiado.
Segundo o governador, as supostas retaliações de Lula incluiriam o veto do Ministério da Fazenda a um financiamento de R$ 700 milhões que seria liberado pelo Banco Mundial. “Um assessor do Haddad fez uma portaria específica para vetar o empréstimo de R$ 700 milhões do Banco Mundial para rodovias em Goiás, com o parecer favorável do Tesouro Nacional e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional”, afirmou.
“Goiás foi tirado agora do leilão das rodovias federais. Toda rodovia federal que é privatizada e cobra pedágio tem a rota de fuga, que é a sobrecarga nas rodovias estaduais. O que aconteceu? Levaram a matéria para o leilão em São Paulo e excluíram as rodovias de Goiás. Então, por quê? Única e exclusivamente porque o Ronaldo Caiado é oposição ao presidente Lula”, criticou o governador.
“Tem o hospital de Águas Lindas, por exemplo, que está 100% sendo sustentado pelo Estado de Goiás e metade é do governo federal e metade é do governo estadual. Eu tenho seis policlínicas que nunca na minha vida recebi um real do governo federal porque nunca habilitaram minhas policlínicas”, relatou Caiado.
De acordo com o governador do União Brasil, a bancada de Goiás no Congresso já foi acionada para tentar solucionar o problema junto ao governo federal. Caiado também estuda recorrer à Justiça.
“É um caminho [a via judicial]. Entende? Eu passei isso, a nossa pancada, para os deputados federais, para que realmente eles levassem isso adiante, exatamente no momento em que se trocou a ministra da Saúde pelo atual ministro, e que eles buscassem uma definição final em relação a este assunto. Se isso realmente não tiver resultado, lógico que o caminho será esse. Eu poderei demonstrar claramente que Goiás está sendo prejudicado por uma perseguição claramente política”, disse.
“Esse é o viés que esse governo toma por eu assumir essas posições minhas de não concordar com o plano econômico, que está aí com a agiotagem de 14,25% da taxa de juros. E o governo federal, nessa hora, quer o quê? Jogar a culpa agora nos governos estaduais e nos municípios e dizer que o problema da cesta básica é deles. Quer dizer, ele gasta irresponsavelmente e, de repente, quer que o Estado pague a conta dele”, atacou Caiado.
“Ditadura do STF”
Na entrevista à coluna, o governador de Goiás disse ainda divergir de Jair Bolsonaro sobre a existência de uma “ditadura do STF” no Brasil.
“Tentar rotular um poder, de maneira alguma, como democrata que sou, rotularei. Existe um descontentamento, por parte do ex-presidente [Bolsonaro], em relação à maneira como está sendo conduzido o processo. Mas, até aí, ser dito ‘ditadura’, não acredito que seja uma ditadura. Acho que deverá ser dada a oportunidade de fazer uma ampla defesa”, afirmou.
Metrópoles
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