Esquerda orgânica empodera ex-governadora Ana Júlia e ameaça projeto político e pessoal de Beto Faro 

 projeto político que o deputado federal Beto da Fetagri Faro vem costurando às expensas do governador Helder Barbalho pode acabar em águas de barrela. Candidato ao Senado pelo PT depois de dar uma canelada no colega Paulo Rocha, cujo mandato se encerra neste ano, Beto Faro tece, além da sua eleição à vaga do desolado Paulo Rocha, a eleição da mulher dele, deputada estadual em quarto ano de mandato, Dilvanda Faro, à Câmara Federal – mas é nessa fronteira que estanca o projeto político, com o devido viés pessoal, de Beto da Fetagri Faro.

Na última semana, Beto e Dilvanda Faro vestiram saia justa. Eles tentaram fazer um grande lançamento da pré-candidatura de Dilvanda Faro à Câmara Federal, mas o evento foi muito além do esperado e, pior, sentiram a forte presença da militância orgânica do partido no lançamento da pré-candidatura da ex-governadora e Ana Júlia Carepa, apenas um dos nomes dispostos ao embate pela vaga na Câmara. Esse evento reuniu, além da militância petista e do Psol, o prefeito Edmilson Rodrigues, o vice Edilson Moura, o senador Paulo Rocha em fim de mandato e sem rumo e o presidente do PCdoB no Pará, Jorge Panzera.

O que justifica o esforço

Esse reagrupamento da esquerda afastada que assustou os arraiais político de Beto Faro tem lá suas justificativas, dizem: primeiro, os números favoráveis à ex-governadora nas pesquisas eleitorais – levantamento da última semana confirma os números das pesquisas anteriores na Região Metropolitana de Belém, onde Ana Júlia aparece em terceiro lugar para a vaga de deputada federal em todo o Estad.

A par desse detalhe, comenta-se que a preferência por Ana Júlia envolvendo o Psol, a parte orgânica do PT e o PCdoB prevê eleger candidato à Câmara não tão alinhado com a família Barbalho, o que seria o caso da deputada Dilvanda Faro. Assim, além dos percalços que se lhe impõem as circunstâncias da disputa ao Senado – a prometida “ajuda” do governador à sua candidatura ainda não entrou na conta, sem falar em Manuel Pioneiro, Mario Couto e Flexa Ribeiro, não necessariamente nessa ordem -, Beto Faro tem dor de cabeça em dobro, ante o risco real de ver a candidatura da mulher ameaçada.

Combinar com a galinha

Resumo da ópera: a família Faro dava como favas contadas que, surfando na onda do governador Helder Barbalho, manteria os mandatos de federal e estadual, com Dilvanda substituindo Beto e Beto escalando um soldado de confiança para manter a cadeira na Assembleia Legislativa e ampliando amplia sua força política no Estado. Pelo visto, a situação fugiu do controle.

Matérias Relacionadas