A portentosa assembleia geral promovida ontem pelo Sindifisco no Hotel Princesa Louçã, ex-Hilton Hotel, no centro de Belém, pariu um elefante – além de aprovar o chamado teto remuneratório isonômico. Com casa cheia, a assembleia nem parecia uma assembleia, como se costuma ver no caso de trabalhadores menos afortunados, digamos. Coisa de gente endinheirada que acabou provocando certo desconforto nas altas esferas do governo Helder Barbalho, por uma simples razão: o evento aponta para um embate voltado à derrocada da gestão Renê Sousa à frente da Secretaria da Fazenda do Estado.
Com mais de 300 sindicalistas presentes e cerca de 100 online, a assembleia geral se posicionou pelo enfrentamento a Renê Sousa que, por óbvio, deve reagir a altura. Auditores e fiscais têm certeza da queda iminente do secretário, a ponto de começar a rebuscar, no mapa das estrelas do setor, um substituto de peso – que, coincidentemente, tem nome na categoria, mas, neste momento, só tem olhos para a Assembleia Legislativa nas eleições de outubro: Charles Alcântara.
A iminência parda
O que move os sindicalistas nesse sentido são as conversas de bastidores, segundo as quais a atual secretária de Educação, a auditora fiscal Elieth Braga, seria pule de 10 na jogada, garças à forte presença do marido dela, o fiscal de Receitas Paulo Sérgio Melo Gomes, iminência parda do Fisco e pessoa de inteira confiança do governador Helder Barbalho – inteira confiança é pouco, diga-se de passagem. Ocorre que Elieth não é bem aceita pela maior parte da categoria, rejeição atribuída justamente à iminência parda.
Hora de escolhas
Iran Lima, outro nome do meio, também é descartado, entre outras razões porque candidato nas próximas eleições e nas quais aposta todas as fichas, até por ter exercido toda a sua expertise e influência durante a temporada em que sucedeu Parsifal Pontes na Casa Civil. Nos planos políticos orquestrados pela turma maquiavélica da Secretaria da Fazenda, Iran Lima deve mesmo se acomodar na Assembleia Legislativa, deixando caminho livre para a opção preferencial que, nesse caso, também teria que escolher entre a disputa à vaga de deputado estadual e uma eventual indicação ao comando do Fisco.
Os nomes da lista
Definitivamente, no meio que envolve auditores e fiscais o nome com maior indicativo espontâneo para assumir a vaga de Renê Sousa é Charles Alcântara, auditor fiscal detentor de grande credibilidade e confiança. Mas, na banca de apostas da categoria, outro nome ligado à gestão Helder Barbalho com grandes indicativos de aceitação e força política é o da ex-secretária de Planejamento e Administração Hanna Ghassan, cotada para vice na chapa de reeleição de Helder Barbalho. O “fona” é Lourival Barbalho, atual secretário-adjunto do Tesouro, apesar do parentesco direto com o governador do Estado.
Papo Reto
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