O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos), recebeu uma notificação do Tribunal de Contas da União (TCU) com a cobrança de R$ 2,8 milhões relativos a gastos realizados com passagens e diárias para servidores que atuaram na força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.
Dallagnol publicou um vídeo na última quarta-feira (24), em suas redes sociais, afirmando que esse é o preço por se combater a corrupção no Brasil. Segundo o ex-procurador, o TCU quer colocar na sua conta os recursos investidos para se recuperar R$ 15 bilhões para a sociedade.
Em abril, o TCU decidiu cobrar Deltan Dallagnol e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot por eventual pagamento decorrente de gastos com servidores da Lava Jato. O processo foi apreciado pela Segunda Câmara do TCU, que investigou o caso e ficou responsável por aplicar eventuais ressarcimentos. A decisão contou com relatoria do ministro Bruno Dantas e foi unânime.
O pré-candidato à Câmara dos Deputados apontou que o ofício foi assinado pelo ministro do TCU, Bruno Dantas, e acusou o membro do Tribunal de ser “apadrinhado” do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ele ainda anunciou que vai recorrer da decisão na primeira instância e mostrou, indignado, as páginas do ofício.
“Agora o ministro Bruno Dantas, que estava lá no jantar de lançamento da pré-candidatura do ex-presidiário, ex-presidente Lula, ele, que é apadrinhado de Renan Calheiros, manda esse ofício querendo botar na minha conta quanto? Eu vou falar agora para você qual que é o custo. A gente vai recorrer disso aqui, eu vou levar para a Justiça, para 1ª instância, porque a 1ª instância é uma instância técnica do judiciário. Então eu tenho a expectativa de que vai revisar e haja conta aqui”, disse.
Para Deltan, o ofício mostra qual é “o preço de quem quer combater a corrupção no Brasil”. “E ele [Bruno Dantas] querendo cobrar isso de mim que não sou administrador do Ministério Público, não mandei pagar diária, não recebi essas diárias, não autorizei, e ele deu um jeito de me incluir lá. E olha o que ele quer cobrar de mim: R$ 2,8 milhões. Esse é o preço de quem quer combater a corrupção no Brasil. O sistema reage, o sistema contra-ataca, o sistema quer parar você, mas se vocês querem me parar, eu não vou ser parado. Eu vou seguir em frente, eu não vou desistir do meu país”, declarou.
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