Mesmo com as duras sanções internacionais devido ao seu programa de armas nucleares e as negociações para convencer Kim Jong Un a desistir dos testes, a Coreia do Norte vai acelerar o desenvolvimento de seu arsenal nuclear, disse Kim enquanto supervisionava um enorme desfile militar que exibiu mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) e outras armas, informou a mídia estatal nesta terça-feira (26).
“Vamos continuar dando passos para fortalecer nossas capacidades nucleares a um ritmo mais rápido”, afirmou Kim, de acordo com a agência estatal KCNA.
O desfile ocorreu na noite desta última segunda-feira (25), e celebrou os 90 anos da fundação do Exército Revolucionário do Povo Coreano, na Praça Kim Il Sung de Pyongyang.
Kim declarou na segunda-feira que as armas nucleares do país são “um símbolo de poder nacional” e devem ser diversificadas.
“Para antecipar a turbulenta situação política e militar e todos os tipos de crises futuras, aumentaremos nossa força nuclear na maior velocidade possível”, insistiu.
“A força nuclear da República deve estar pronta para exercer sua missão responsável e dissuasão única a qualquer momento”, disse Kim, segundo a KCNA. A missão fundamental da força nuclear do Norte é impedir a guerra, mas essa pode não ser a única utilidade, acrescentou.
“Se alguma força tentar se intrometer nos interesses fundamentais de nossa nação, nossas forças nucleares serão forçadas a realizar inesperadamente sua segunda missão”, disse Kim.
O desfile contou com o maior ICBM conhecido da Coreia do Norte , o Hwasong-17. O míssil maciço foi testado pela primeira vez no mês passado, mas autoridades da Coreia do Sul acreditam que os esforços para realizar um teste completo terminaram em uma explosão sobre Pyongyang.
Fotos da parada mostram o Hwasong-17, bem como outros mísseis hipersônicos e balísticos lançados por submarinos (SLBMs), entre outras armas em caminhões e veículos de lançamento em meio a multidões de observadores e participantes.
A comemoração também contou com fileiras de armas convencionais, como artilharia, lançadores de foguetes e tanques protótipos, além de dezenas de milhares de soldados gritando “longa vida” para Kim Jong Un.
Apenas este ano, Pyongyang executou mais de 10 testes de armas, incluindo o primeiro míssil balístico internacional lançado a plena capacidade desde 2017.
Coreia do Norte teria aceitado a suspensão dos testes de mísseis nucleares e de longo alcance como parte da tentativa de negociação de Kim com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fracassou em 2019 e está paralisada desde então.
Após a retomada dos testes de armas no fim de 2021 e em particular este ano, Estados Unidos e Coreia do Sul alertaram para uma possível retomada do programa nuclear de Pyongyang.
Os temores aumentaram após a divulgação de imagens de satélite que mostraram sinais de atividades na instalação nuclear de Punggye-ri, que a Coreia do Norte afirmou ter destruído antes do primeiro encontro de cúpula entre Kim e Trump em 2018.
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