O cabeleireiro Roger Moreira, filho adotivo do jornalista Cid Moreira, denunciou o jornalista por suposta prática de homofobia e de infrações ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Nesta quinta-feira (14), o herdeiro formalizou o pedido de apuração destas denúncias no Ministério Público do Rio de Janeiro.
O documento protocolado pelo advogado Angelo Carbone, afirma que, após o casamento com Maria de Fátima Sampaio, Cid teria tentado desfazer a adoção de Roger sob o argumento de o filho ser gay. Como não foi possível encerrar o vínculo familiar, ele teria tirado “tudo o que tinha dado para o filho sobreviver: o estúdio de gravações, a moradia”.
“[Cid Moreira] Passou, junto com a mulher, a Maria, a delapidar o patrimônio, transferi-lo para a própria e terceiros do bando, por não ter conseguido deserdá-lo”, prossegue Carbone.
A defesa alega ainda que Cid teria proibido Roger de estudar durante a adolescência e o obrigava a acompanhá-lo nos eventos sociais, como clubes e restaurantes.
O documento diz ainda que Cid, ao invés de um filho, queria um empregado quando adotou Roger. “Cid Moreira não adotou um filho. Na verdade, ele pegou um jovem para trabalhar para ele de graça, situação essa muito usada no interior do Nordeste, pegam crianças como se fossem filhos, mas são meros empregados, ao arrepio da lei”.
No pedido de investigação, Carbone afirma que Cid e Maria ainda praticam estes crimes e que, caso seja comprovado, vai pedir a prisão do casal. No entanto, devido à idade do jornalista [94 anos], pondera que a pena possa ser convertida em uma internação hospitalar.
O conflito familiar ganhou projeção midiática em julho de 2021, quando Roger Moreira acusou o pai de ter retirado seu nome do testamento. Pela lei brasileira, não é possível deserdar um filho.
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