Um levantamento do Todos Pela Educação aponta que entre os anos de 2019 e 2021 houve um aumento de 66,3% no número de crianças entre 6 e 7 anos de idade no Brasil que, segundo os responsáveis, não sabem ler e escrever. O número subiu de 1,4 milhão em 2019 para 2,4 milhões no ano passado.
O percentual de crianças de 6 e 7 anos que não foram alfabetizadas passou de 25,1% em 2019 para 40,8% em 2021. Entre 2020 e 2021 houve um aumento expressivo na taxa, que alcançou os maiores valores em 10 anos de acompanhamento do indicador.
Ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta faixa etária. O número corresponde a quase metade do grupo inteiro.
“Os efeitos são graves e profundos, então não serão superados com ações pontuais. As Secretarias de Educação precisam oferecer um apoio muito bem estruturado à gestão escolar e aos professores, que já estão com imensos desafios”, destacou o líder de políticas educacionais da Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, em uma nota divulgada à imprensa.
A nota técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de crianças” apresentou dados que mostram os efeitos da pandemia da Covid-19 na educação. O levantamento foi produzido com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A não-alfabetização em idade adequada traz grandes prejuízos para aprendizagens futuras e aumenta os riscos de reprovação, abandono e até evasão escolar.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) estabelece que a alfabetização seja prioridade nos dois primeiros anos do ensino fundamental para que as crianças “se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos”.
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