Em uma entrevista à Rede de Rádios do Paraná (RDR) nesta quinta (3), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que, em uma eventual vitória nas próximas eleições a presidência da república, irá mudar a política de preços dos combustíveis vinculado ao dólar, como acontece atualmente com a política de preços da Petrobras.
“Nós não vamos manter o preço dolarizado. Eu acho que os acionistas de Nova York, os acionistas do Brasil, têm direito de receber dividendos quando a Petrobras der lucro, mas é importante que a gente saiba que a Petrobras tem que cuidar do povo brasileiro”, disse o ex-presidente.
“Eu não posso enriquecer um acionista americano e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa do preço da gasolina.” continuou ele.
A atual política de preços da estatal brasileira foi implementada no governo do ex-presidente Michel Temer, que justificou a mudança devido aos prejuízos gerados a partir do controle rígido de preços feito no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o que impedia a petroleira brasileira de fazer investimentos e de gerar volumes significativos de impostos ao país.
A nova política de Michel Temer consistia em adotar uma política que acompanha o preço do petróleo no mercado externo, combinado com a variação do dólar e com reajustes frequentes.
A implementação de tais políticas do governo anterior, impactaram positivamente as finanças da estatal que passou a gerar lucro. Em 2021 a empresa brasileira registrou um lucro líquido de R$ 75,1 bilhões, fazendo a maior distribuição de dividendos entre os seus acionistas da história da companhia.
A boa saúde das finanças da Petrobrás, despertam dois sentimentos dentro da companhia, de um lado, a diretoria da companhia comemora a redução de seu endividamento bruto (-6,4%) e a antecipação na distribuição de dividendos, dos quais 42,79% são reservados a investidores não-brasileiros, e de outro, observa-se que é o consumidor brasileiro quem paga essa conta.
Em outras palavras, é a atual política de PPI (Preços de Paridade de Importação) de derivados da Petrobras que garante os resultados positivos e que impactam diretamente na depreciação do poder de compra da renda dos brasileiros.
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