O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público da Paraíba (MPPB), abriram uma investigação para apurar o caso de vacinação com dosagem errada em João Pessoa, na região de Lucena.
Quase 40 crianças receberam dosagens de adulto da vacina contra Covid-19.
A técnica de enfermagem que aplicou as doses inadequadas nas crianças foi ouvida e afirmou que recebeu ordem da coordenadora de vacinação para aplicá-la em todas as pessoas que comparecessem aos postos, pois o prazo de validade dos imunizantes da Pfizer venceria. Ela disse que não sabia que não podia vacinar crianças e adultos com a mesma dosagem.
A técnica afirmou em depoimento que houve um “Dia D” de vacinação para todas as faixas etárias em 7 de janeiro e disse que, neste dia, foram vacinadas 37 crianças no posto onde atua, e que inclusive, vacinou a própria filha de 5 anos.
A vacina aplicada em crianças difere da de adultos. A dosagem do produto é bem menor. Cada dose pediátrica terá 10 microgramas, enquanto a adulta tem 30 microgramas. A tampa da vacina infantil é laranja. Já na versão para adolescentes (a partir de 12 anos) e adultos a tampa é roxa. A diferença nas embalagens é para evitar trocas no momento de aplicação.
O MPF também ouviu a mãe de duas crianças (de 5 e 7 anos) que relatou que seus filhos receberam a dosagem errada da vacina. Ela afirmou que não teve apoio das autoridades, e que seu filho mais velho teria tido tontura e fraqueza, mas disse que se recusou a levar a criança à UBS porque perdeu a confiança no atendimento.
Membros do MPF e do MPPB tiveram uma reunião com autoridades estaduais e municipais de Saúde, nesta terça-feira, 18, para dar continuidade à apuração.
Em entrevista à CNN nesta segunda (17), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que “temos que cuidar para que não haja esse tipo de erro novamente”.
“Já foi instaurado um processo administrativo para apurar as responsabilidades. O MPF acompanha o caso. Nós não queremos buscar punição de ninguém, mas precisa ser averiguado para que fatos como esse não voltem a acontecer”, disse o ministro.
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