A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu uma consulta pública para avaliar o texto das Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19, que traz o tratamento precoce defendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). A pesquisa foi encerrada no final de novembro e trouxe resultados favoráveis à autonomia do médico na decisão sobre o assunto.
Foram mais de 20.200 contribuições da população que foram recebidas pelo Ministério da Saúde, além de quase 3 mil profissionais da saúde que, entre eles, a maioria foi favorável ao tratamento precoce contra a Covid-19.
“Após sentir os primeiros sintomas, me consultei no mesmo dia, testei dois dias depois e fiquei totalmente recuperado no quinto dia após os primeiros sintomas e dois dias após iniciar a medicação recomendada. Tomei o kit padrão contendo: azitromicina, ivermectina, vitamina D e zinco” – relato de paciente que participou da pesquisa.
O documento da Conitec mostra que “azitromicina e hidroxicloroquina não mostraram benefício clínico e, portanto, não devem ser utilizados no tratamento ambulatorial de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19”. Além disso, diz que os anticoagulantes, a budesonida, a colchicina, a ivermectina, a nitazoxanida e o plasma convalescente não são indicados também.
Os dados estão sendo computados e analisados, mas o que se sabe até agora é que cerca de 12 mil respostas são favoráveis contra 4 mil contrárias. Para as demais respostas, não se identificou uma posição definida. O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, afirmou que o tema é complexo e “infelizmente, politizado no mundo inteiro, de uma forma muitas vezes inadequada”.
A comissão que avalia o caso considerará as contribuições dadas pela consulta pública para emitir um parecer definitivo. Cabe à secretaria decidir pela aprovação final ou não do relatório final apresentado.
Foto: Folhapress.
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