Não bastasse que o ex-presidente Lula tenha ressurgido, há menos de uma semana, com o tema de regulamentação das redes sociais, no sábado, dia 20, em entrevista ao jornal El pais (Espanha) o petista protagonizou momentos de verdadeiro contorcionismo quando questionado sobre as ditaduras de Cuba e Nicarágua.
Lula ousou comparar o sistema democrático que manteve Angela Merkel (chanceler da Alemanha) no poder, por 16 anos, com o de Daniel Ortega, autocrata nicaraguense que tem sofrido sanções dos EUA e da Europa por conta de seu governo ditatorial.
Ortega é acusado pela Anistia Internacional de perseguição a jornalistas e opositores, tortura e, também, de mandar prender candidatos concorrentes ao pleito que o reelegeu mais uma vez. Ortega cumpre seu quarto mandato consecutivo sob protesto civil.
“Sabe, eu não posso ficar torcendo… Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Por que Felipe González (ex-presidente da Espanha) pôde ficar 14 anos aqui? Qual é a lógica?”, indagou Lula.
Mesmo refutado pelas jornalistas, que elucidaram a diferença óbvia entre as formas dos governos europeus e da Nicarágua (além de salientarem que Daniel Ortega persegue opositores) o petista insistiu na narrativa e tentou terceirizar a culpa do sistema cubano aos Estados Unidos:
“Não é só em Cuba que protestos são proibidos. No mundo inteiro, protestos são proibidos. Greves são proibidas, a polícia bate em muita gente. A polícia no mundo inteiro é violenta. Agora, é engraçado porque a gente reclama de uma decisão que evitou os protestos em Cuba, e a gente não reclama que os cubanos estavam preparados para dar a vacina e não tinham seringas, e os americanos não permitiram que entrasse vacina em Cuba”
Além das declarações simpatizantes às ditaduras, Lula atribuiu sua prisão a uma manobra política, que teve o intuito de tirá-lo da corrida eleitoral para que o então presidente, Jair Bolsonaro, pudesse vencer.
“Eu não posso julgar o que aconteceu na Nicarágua. No Brasil, eu fui preso. No Brasil, eu era considerado o presidente da República eleito. Eu fui preso. Fiquei 580 dias na cadeia para que o Bolsonaro fosse eleito presidente da República. Eu não sei o que as pessoas fizeram para ser (sic) presas. Eu sei que eu não fiz nada.”
Angela Merkel é uma figura política respeitada internacionalmente, tendo sido eleita democraticamente, pelo parlamento, em 4 mandatos consecutivos. Merkel também foi consagrada 10 vezes a mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes (revista norte-americana de negócios e economia). Ademais, a Alemanha é o pais mais rico e populoso da Europa.
Reprodução: YouTube/El pais
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