A última investida de agentes da Polícia Federal ao prédio do Tribunal de Justiça do Estado, ontem, durante a segunda etapa da “Operação Quem Indica”, autorizada pela ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal e Justiça, provocou cenas deprimentes nunca antes vistas na corte paraense. As informações são de fontes da coluna no tribunal.
“A chegada dos agentes no prédio teve de tudo”, relata: “magistrados passando mal, se escondendo na cozinha onde nunca haviam estado nem para tomar um cafezinho, na garagem, para espanto de motoristas e até nos banheiros. Alguns temiam eventuais mandados de prisão. Nas residências dos alvos da investigação”, acrescenta a fonte, “a situação na foi diferente, com policiais revirando escritórios e gavetas de desembargadores até então sustentadores de imagens e condutas inabaláveis”. Deve ter sido horrível.
Denúncia de “rachadinha”
Os alvos dos mandados de busca e apreensão da segunda fase da operação foram os desembargadores Ronaldo Marques Valle, José Roberto Pinheiro Maia Bezerra Júnior, Maria Edwiges Miranda Lobato e Maria de Nazaré Saavedra Guimarães, além dos desembargadores aposentados Raimundo Holanda Reis e Diraci Nunes Alves. Os mandados preveem investigar a prática de “rachadinha” no gabinete de um dos desembargadores.
Dez entre 28 envolvidos
Os seis investigados elevam para dez o número de desembargadores e mais de onze servidores envolvidos nas denúncias sobre suposto patrocínio de interesses privados perante a administração Pública com indicações de parentes e amigos para cargos em comissão em diversos órgãos do governo Helder Barbalho. O TJE conta 28 desembargadores.