Parlamentares da oposição anunciaram nesta terça (5) que vão propor um “pacote da paz” no Congresso para pacificar o país e em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre as medidas está a proposta de se votar a anistia “ampla, geral e irrestrita”, o pedido de impeachment de Moraes e o fim do foro privilegiado de parlamentares, entre outros. Os parlamentares também anunciaram que irão obstruir as pautas de votação tanto na Câmara dos Deputados como no Senado.
“A solução para os problemas do Brasil está aqui no Congresso”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao anunciar o pacote em uma entrevista coletiva na rampa do Congresso Nacional, em Brasília.
Flávio Bolsonaro citou que o magistrado faz sua própria lei e que não escuta nenhum outro ministro ao tomar as suas decisões, nem mesmo o Ministério Público Federal (MPF).
Segundo Moraes, Bolsonaro teria descumprido diversas medidas cautelares a que já respondia desde a semana retrasada, principalmente a de uma videochamada neste domingo (3) no protesto realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro. A alegação foi fortemente criticada por Flávio, que negou ter publicado as imagens do ex-presidente de forma deliberada como uma provocação à decisão do magistrado.
“Mais um atropelo da Constituição, com censura prévia. […] Parece que pra satisfazer algum desejo de vingança que ele possa ter, não sei por qual razão”, pontuou.
O senador citou que a postagem do pai fazendo uma espécie de agradecimento aos manifestantes foi em sua própria rede social — e não de terceiros investigados — com convicção de que “não tem nada que confronte essa medida cautelar ilegal”.
Entre as medidas cautelares que haviam sido impostas anteriormente por Moraes estavam a proibição de sair de casa nos finais de semana e utilizar as redes sociais próprias e de terceiros. No entanto, os filhos e aliados vinham publicando imagens de Bolsonaro.
“Eu sou um cidadão brasileiro, por acaso estou senador da República. Portanto, eu teria o meu direito de postar qualquer coisa que eu quisesse nas minhas redes sociais, uma vez que a medida cautelar do Moraes dizia respeito a Bolsonaro, que não falasse do processo dele”, argumentou o senador.
Agora, o ex-presidente está totalmente proibido de sair de casa e de receber visitas, salvo de seus advogados, que devem estar constituídos nos autos e com procuração. Qualquer outra visita deverá ser autorizada por Moraes – “a Justiça não é tola, muito menos cega”, escreveu o magistrado na determinação.
“Se é guerra que o governo quer, guerra terá”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.


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