O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou nesta sexta-feira (27) Macaé Evaristo no cargo de ministra dos Direitos Humanos.
A posse, no Palácio do Planalto, ocorreu 18 dias após a nomeação de Macaé. Ela substituiu o jurista Silvio Almeida, demitido após se tornarem públicas denúncias de assédio sexual.
Entre as vítimas citadas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida nega as acusações.
Após demitir Almeida, Lula anunciou em 9 de setembro a escolha de Macaé, deputada estadual em Minas Gerais e filiada ao PT.
A nova ministra, na ocasião, afirmou que as denúncias de assédio na pasta devem ser investigadas com rigor e com o “amplo direito de defesa”. Ela também defendeu respeito à privacidade das denunciantes.
Em três semanas no Ministério dos Direitos Humanos, Macaé trocou parte da equipe que estava na pasta e acompanhou Lula em viagens.
Desafio
Durante o discurso desta sexta, Macaé afirmou acreditar ser a “vocação do ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania cuidar da diversidade do país.”
Reforçou o impacto dos direitos humanos materializado na vida das pessoas comuns e citou sua trajetória.
“Tomo posse como ministra sabendo que minha maior credencial é ser uma professora absolutamente comum, mulher preta, professora, assistente social”, mencionou a nova ministra.
“Infelizmente, na nossa sociedade brasileira, muita gente tem concepção que direitos humanos é uma coisa de quem defende bandido. A gente tem um desafio fundamental para construir a ação destes ministérios. A gente precisa entender tensão entre afirmação e negação dos direitos humanos”, prosseguiu Macaé.
Macaé também ressaltou haver uma “nova investida do capital” que aposta na segregação social, racial e ambiental para “legitimar a opressão e extermínio de milhões de pessoas” como ela própria.
Outro ponto destacado pela nova ministra foi a família. Nesse contexto, ela destacou a necessidade de moradia e de crianças estarem na escola, mas também ressaltou a capacidade empreendedora da favela e de financiamentos públicos para negócios.
“Cuidar dessas mulheres, dessas famílias, é uma tarefa fundamental”, emendou.
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