Na tarde desta quinta-feira (16) um painel consultivo do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) decidiu por sugerir as vacinas de mRNA (Pfizer e Moderna) sempre acima do imunizante contra a Covid-19 da Johnson & Johnson, afirmando que o de dose única apresenta mais riscos que os outros.
Segundo o comitê, que votou unanimemente pela decisão, doses de Pfizer e Moderna terão preferência no momento da aplicação, com o imunizante desenvolvido pela Johnson & Johnson devendo ser aplicado apenas quando não houver disponibilidade de nenhum outro.
A reunião desta tarde vem após o FDA (Food & Drug Administration), na última terça-feira, atualizar suas recomendações sobre a vacina de dose única, incluindo agora o risco de raros coágulos sanguíneos (síndrome de trombose com trombocitopenia), possivelmente fatais, relacionados ao imunizante.
Desde o início das aplicações de doses da Johnson & Johnson, ao menos 54 das mais de 16 milhões de pessoas vacinadas, de maioria mulheres, foram hospitalizadas por conta de coágulos do tipo. Segundo a agência reguladora, 36 pacientes foram encaminhados à UTI, com nove evoluindo a óbito.
“Eu realmente não posso recomendar uma vacina que tenha sido associada a uma condição que pode levar à morte”, afirmou o Dr. Pablo Sanchez, pediatra no Hospital Infantil Nationwide e membro do painel.
Em sua apresentação de defesa durante a reunião, representantes da Johnson & Johnson afirmaram que seu imunizante de adenovírus continua sendo essencial no combate à Covid-19, o que foi concordado pelos especialistas. Ainda foi dito que os casos de coágulos representam uma parcela muito pequena (cerca de 1 a cada 100.000 vacinados), e quando colocado na balança em oposição aos benefícios que apresenta aos imunizados não há motivos para uma nova paralisação na aplicação da vacina.
O argumento, que também foi bem aceito por grande parte do painel, diz respeito à decisão do FDA que, em abril deste ano, interrompeu as aplicações do imunizante por 10 dias, justamente para investigar casos do coágulo.
Já em países como França, Dinamarca e Islândia o imunizante que teve sua aplicação temporariamente suspensa foi justamente o da Moderna, após casos de miocardite e pericardite, principalmente entre jovens. Com relação à Pfizer, os casos aparecem em menor frequência, atingindo quase que exclusivamente mulheres.
Na Europa, estudos também indicaram um alto grau de raridade na ocorrência de tais problemas cardíacos resultados da vacinação (0,005%), sendo ainda menor quando analisados dados da Pfizer. Por isso, chegou-se à conclusão que, na maioria dos casos, os imunizantes apresentam uma melhoria cardíaca superior aos possíveis problemas.
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