A população de Breves, município situado no arquipélago do Marajó, no Pará, enfrenta há décadas o desafio crítico da escassez de abastecimento de água. De acordo com os moradores das áreas periféricas, a água só chega às torneiras daqueles que residem na região central da cidade, ilustrando a negligência por parte do prefeito Xarão Leão em relação aos cidadãos mais necessitados.
A convite de Rosalina Silva, uma moradora do bairro Parque Universitário, tivemos a oportunidade de visitar sua residência e confirmar que ela depende de um sistema com uma bomba elétrica para extrair água do rio. Essa água é tratada pela própria moradora, de 76 anos, com produtos químicos cuja composição ela não pôde especificar.
Uma placa situada no bairro onde mora dona Rosalina apresenta um projeto para a construção de um micro-sistema de abastecimento de água, orçado em R$ 1.205.117,84. O problema reside no fato de que o projeto teve seu início em 2018 com a promessa de conclusão em 10 meses, o que, infelizmente, não se concretizou.
“Estamos sendo esquecidos pelo nosso prefeito. Nem ele, nem o governador Helder Barbalho, demonstram interesse em nossa situação. A questão do acesso à água potável nos deixa completamente abandonados. Mesmo com a abundância de água ao redor do Marajó, parece que não há esforços para implementar um projeto que possa beneficiar os habitantes de Breves”, desabafa o professor Carlos Magalhães.
Enquanto aguardam medidas efetivas para aprimorar o abastecimento de água em Breves, a população continua recorrendo à extração de água dos rios e igarapés que cercam e cruzam a região, sempre mantendo a esperança de que um dia despertarão para uma realidade diferente ao abrir suas torneiras.
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