Em discurso anual aos embaixadores franceses, em Paris, Emmanuel Macron anunciou que a França quer aderir à Organização do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA).
O tratado reúne os oito países que abrigam a Floresta Amazônica: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, República da Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
A adesão se justificaria pela Guiana Francesa, região ultramarina do país que abriga 1,1% da floresta.
O pedido da França foi formalizado três semanas depois da Cúpula da Amazônia, que ocorreu em 8 de agosto, em Belém (PA).
Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que presidiu o encontro, chegou a convidar o presidente francês. No entanto, Macron declinou do convite.
O desejo de Macron encontra dificuldade no fato de que, oficialmente, a OTCA não é aberta a novos integrantes, pois considera que seus oitos membros já abrangem o território da floresta.
Com o anúncio do presidente francês, é provável que a adesão da França ao tratado seja tema de reunião dos chanceleres dos países participantes, que está marcada para novembro, em Brasília.
No pronunciamento, Macron também declarou, sem citar o Mercosul, que a França vai “opor-se aos acordos comerciais que permitiriam a importação para a Europa de produtos que não atendem aos nossos padrões de saúde, clima, carbono ou biodiversidade”.
“Na América Latina, ouvi muitos comentários sobre as cúpulas deste verão na Amazônia. Mas acontece que, hoje, não fazemos parte do tratado. Então, queria ir para lá, ser o único Chefe de Estado europeu, ao lado dos embaixadores europeus, para explicar como nós financiamos a Amazônia.
Temos um poder amazônico através da Guiana. Por isso, afirmo, solenemente, que a França é candidata a aderir à Organização do Tratado de Cooperação Amazônico. E, além disso, de ter uma representação associada estreitamente à Guiana Francesa.
É muito importante e nós devemos exercer a nossa diplomacia através dos nossos territórios ultramarinos. E, então, realmente gostaria que o Brasil e todas as potências da região aceitassem nosso pedido de candidatura e nos permitisse integrar a organização.”
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