Uma tragédia sacudiu a madrugada do dia 7 de junho no coração do Rio de Janeiro. A explosão de um veículo movido a Gás Natural Veicular (GNV), durante o abastecimento em um posto localizado na Praça da Cruz Vermelha, deixou uma pessoa morta e outra gravemente ferida. O impacto destruiu parte da estrutura do posto e causou danos em imóveis próximos, trazendo à tona um debate urgente sobre segurança, fiscalização e responsabilidade no uso do GNV.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a explosão foi provocada pelo rompimento do cilindro de gás do veículo. A força do acidente demonstra, de maneira dramática, as consequências da negligência em relação às normas técnicas exigidas para o uso seguro do combustível.
Segurança não é opcional
Em nota oficial, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) reforçou que o GNV é um combustível seguro quando todas as exigências técnicas e regulamentares são seguidas rigorosamente. O instituto alerta que muitos acidentes decorrem justamente da não observância dessas normas.
“Infelizmente, a maioria dos acidentes com GNV está relacionada à negligência com as regras de segurança: instalações realizadas em oficinas clandestinas, ausência de inspeções veiculares periódicas, cilindros vencidos ou manutenção inadequada dos veículos”, afirma Marcos Barradas, coordenador-geral de Acreditação do Inmetro.
Entre as exigências legais está a requalificação obrigatória dos cilindros de GNV a cada cinco anos, ou antes, caso haja suspeita de comprometimento estrutural. A instalação do sistema deve ser feita apenas por oficinas credenciadas, e o veículo precisa passar por inspeções anuais realizadas por Organismos de Inspeção Acreditados pelo Inmetro. Qualquer modificação exige a emissão de um Certificado de Segurança Veicular (CSV).
Desrespeitar as normas é crime
Além dos riscos à vida, o descumprimento dessas normas configura infração grave no Código de Trânsito Brasileiro. A penalidade pode incluir multa, pontos na carteira de habilitação e até retenção do veículo.
O presidente do Inmetro, Márcio André Brito, é categórico: “A segurança no uso do GNV depende do respeito às normas. A inspeção anual e o reteste dos cilindros não são burocracia — são barreiras de proteção à vida.”
Vantagens do GNV vêm com responsabilidade
O GNV tem se tornado uma alternativa cada vez mais popular por seus benefícios econômicos e ambientais. Além da economia no abastecimento, ele oferece menor emissão de poluentes e, em alguns estados, até descontos no IPVA. No entanto, o uso consciente é condição indispensável.
“O GNV traz ganhos reais, mas exige comprometimento com a segurança. Não é só uma questão técnica, é uma escolha ética e de cidadania”, completa Barradas.
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