O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, na manhã de terça-feira (18/3), que se licenciaria temporariamente de seu mandato na Câmara dos Deputados, após uma série de ameaças relacionadas a ações do Supremo Tribunal Federal (STF), liderado pelo ministro Alexandre de Moraes. Em um comunicado enfático, Eduardo afirmou que decidiu permanecer nos Estados Unidos e que não aceitaria o “regime de exceção” e os “truques sujos” impostos a ele pelo sistema judicial.
A decisão veio após semanas de especulação sobre o futuro do deputado, que estava nos Estados Unidos desde o final de fevereiro. Inicialmente, ele havia informado a aliados que retornaria ao Brasil no dia 18 de março, mas mudou de ideia na última hora. “Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão”, disse Eduardo em seu comunicado.
O parlamentar também declarou que a licença será sem remuneração, permitindo que ele se dedique integralmente a buscar o que considera serem “devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, em referência direta às ações de Moraes e da Polícia Federal. Em um discurso contundente, comparou as práticas da PF às da Gestapo, a polícia secreta nazista, e afirmou que suas ações estavam direcionadas a responsabilizar o ministro do STF e os agentes envolvidos.
Além disso, Eduardo Bolsonaro indicou que o líder do PL na Câmara, o deputado Zucco (PL-RS), assumirá a presidência da Comissão de Relações Exteriores, cargo inicialmente pretendido por ele. A mudança de planos pegou muitos de surpresa, incluindo seu próprio partido, o PL. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que “tudo mudou durante a madrugada”, revelando que a decisão de Eduardo Bolsonaro de permanecer nos Estados Unidos e se licenciar por quatro meses foi tomada de forma repentina.
A decisão de se licenciar e ficar fora do Brasil também levanta questionamentos sobre os impactos políticos dessa medida, já que o mandato de Eduardo Bolsonaro será suspenso por um período de quatro meses. Durante esse tempo, ele deverá continuar atuando, segundo suas palavras, para buscar responsabilizar o sistema judicial e político brasileiro que ele considera violador dos direitos humanos.
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