Carlos Alberto Souza, pai de Vitória Regina, se manifestou após ser incluído na lista de suspeitos no caso do assassinato. Em uma entrevista a Roberto Cabrini, exibida no programa Domingo Espetacular neste domingo (9), ele revelou estar “surpreso” com a acusação e compartilhou as últimas mensagens trocadas com a filha antes de seu desaparecimento.
Ao ser questionado sobre sua reação à notícia, Carlos Alberto respondeu: “Fiquei muito surpreso. Qual pai em sã consciência desejaria a morte de sua filha? Ninguém me questionou sobre ligações. Qual pai não tentaria entrar em contato com a filha quando ela some? Eu liguei várias vezes”, afirmou.
Ele também explicou por que não havia informado à polícia sobre as ligações feitas para Vitória Regina, além de esclarecer o motivo de sua filha querer ir à casa da irmã mais velha. “Essa informação é falsa. Ela ia para lá porque era mais perto do trabalho dela”, contou.
Carlos Alberto revelou que já havia perdido um filho em um acidente de moto nas proximidades de sua casa, localizada em uma zona rural de Cajamar. A dor por essa perda o levou a solicitar um terreno à prefeitura. “Conversei com o prefeito e disse que, se ele conseguisse algum lugar para mim, eu queria me mudar, pois já perdi dois filhos aqui”, lamentou.
O pai de Vitória expressou sua tristeza por ser considerado um suspeito do crime. “Cada vez mais, meu coração fica partido. Esse tipo de desconfiança, sendo eu pai dela, é muito doloroso”, afirmou, garantindo que não tem “nada a esconder” e que, se necessário, permitiria que o sigilo de seu telefone fosse quebrado pelas autoridades.
Áudios entre pai e filha
Durante a entrevista, Carlos Alberto permitiu que Cabrini visse as mensagens trocadas com Vitória. Em um áudio enviado no dia 23 de fevereiro, Vitória informou ao pai sobre o ônibus que havia pego. “Pai, já estou no ônibus. Peguei o 910, porque o 900 ia demorar. Só ia passar aqui uma da manhã”, disse. A última mensagem foi enviada no dia do desaparecimento de Vitória, 26 de fevereiro, quando Carlos Alberto perguntou: “Você vai vir pra casa ou vai pra casa da Verônica? E o carro, a Patrícia levou a peça pra mim… O carro, amanhã eu pego ele.”
O carro estava na oficina no dia do desaparecimento, o que fez com que Vitória tivesse que retornar de ônibus para casa. Cerca de uma hora depois, a jovem respondeu que iria para casa, e Carlos Alberto mandou uma nova mensagem de áudio: “Tá bom, então. Cuidado, viu?”. Na madrugada do dia 27, as mensagens mostraram várias tentativas de contato do pai com a filha.
O advogado da família, Fábio Costa, comentou a decisão policial, ressaltando que se tratava de um relatório preliminar e não uma conclusão do inquérito. “Isso é um documento importante, mas ainda não finaliza a investigação. Colocar o pai nessa posição coloca sua vida em risco”, disse Costa.
Ao final, Carlos Alberto fez um desabafo: “A única coisa que eu quero é que prendam todos os responsáveis para que eu possa encarar cada um deles. E, se alguém tiver dúvida sobre mim, que venha pessoalmente pedir desculpas. Se eu puder dar minha vida para descobrir a verdade, eu a daria”.

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