O presidente Lula participou, no fim da tarde desta quinta-feira (13), da entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em Belém, no Pará. São 1.008 habitações no Residencial Viver Outeiro, na Ilha de Caratateua. O empreendimento, que teve obras iniciadas em 2014, integra a Faixa 1 do programa habitacional, que atende famílias de renda bruta de até R$ 2.850.
O Residencial Viver Outeiro, construído com um investimento de mais de R$ 97 milhões, faz parte da iniciativa do Governo Federal para reduzir o déficit habitacional no país. No entanto, o que era para ser um momento de celebração se transformou em frustração para muitos moradores.
Após 12 anos de espera, beneficiários denunciaram que os apartamentos foram entregues com falhas estruturais e inacabados. Além disso, a falta de urbanização no entorno do residencial já causa transtornos. No dia da inauguração, a forte chuva evidenciou o problema dos alagamentos no local, e o próprio presidente Lula precisou de ajuda para sair da área, que ficou completamente tomada pela água.
Durante seu discurso na cerimônia de entrega, Lula citou indiretamente que as obras ficaram paradas devido a governos anteriores, criticando a interrupção de programas habitacionais por questões políticas. O residencial passou quase uma década com as obras paralisadas e só teve os trabalhos retomados em 2023, sob a gestão do ministro das Cidades, Jader Filho.
O empreendimento promete beneficiar cerca de 5 mil pessoas. Dentre as unidades, 31 são adaptadas para pessoas com deficiência. No entanto, muitos moradores relatam que, antes mesmo da entrega oficial, o local já havia sido alvo de furtos. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram apartamentos sem tomadas, portas e até forros.
A indignação dos beneficiários cresce diante da demora para a conclusão do projeto e das condições precárias em que o residencial foi entregue. Para quem esperou mais de uma década pela casa própria, a insegurança e a incerteza agora substituem a esperança de um recomeço.
Sobre o Viver Outeiro
O residencial, contratado em 2014, teve as obras paralisadas em setembro de 2021. Em fevereiro de 2023, sob a gestão de Jader Filho no Ministério das Cidades, o projeto recebeu suplementação de R$ 30 milhões em recursos federais para que a construção fosse retomada, o que ocorreu em março de 2023.
O investimento total para realizar a conclusão das 1.008 moradias do Viver Outeiro foi de R$ 97,2 milhões, entre recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) e contrapartida do município de Belém. A estimativa é de que mais de quatro mil pessoas passem a morar no residencial.
O empreendimento é composto por apartamentos de 43,85 m², dispostos em 63 blocos de prédios de quatro andares, com quatro apartamentos por andar.
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