O estado do Pará lidera um ranking que tem revoltado os consumidores: o de energia elétrica mais cara do Brasil. Mesmo sendo um dos principais produtores do país, abrigando grandes hidrelétricas, os paraenses pagam a tarifa mais alta na conta de luz.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor médio do quilowatt-hora no Pará é de R$ 0,94, enquanto a média nacional é de R$ 0,73. Em estados como a Paraíba, o custo cai para R$ 0,58, uma diferença superior a 60%.
A situação é ainda mais questionada pelo fato de que o Pará abriga duas das maiores hidrelétricas do Brasil: Tucuruí e Belo Monte, que geram energia para abastecer diversas regiões do país. No entanto, a população local segue pagando valores elevados pelo serviço.
O que diz a Equatorial Pará?
Em nota, a Equatorial Pará informou que, embora o estado possua grandes hidrelétricas, a energia gerada é distribuída para todo o Brasil. A empresa destacou que não escolhe de onde compra a energia e que a tarifa é definida pela Aneel, levando em conta fatores como a extensão territorial do estado, a logística de distribuição e o número de consumidores atendidos.
Confira a nota completa:
“A Equatorial Pará informa que apesar de duas grandes hidrelétricas estarem aqui no Estado, elas produzem energia para o país inteiro, assim como, as usinas dos outros Estados produzem energia para o Pará. Importante destacar que nenhuma distribuidora do Brasil escolhe de onde compra energia.
O modelo do setor elétrico foi concebido de forma que a compra de energia é realizada por meio de leilões organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), onde cada distribuidora informa a quantidade de energia que vai precisar para atender seus clientes e essa energia pode ser gerada por qualquer usina do país. Assim, as usinas, sejam elas termoelétricas ou hidrelétricas, não pertencem ao Estado no qual se encontram ou a Distribuidora de Energia e sim ao Sistema Elétrico Brasileiro.
Importante destacar que a administração dos municípios e estados onde se localizam as usinas recebem Compensação Financeira pela utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia Elétrica, que nada tem relação com a atividade da distribuidora.
Sobre a tarifa de energia definida pela ANEEL para ser aplicada no Pará, ela reflete os desafios da cadeia produtiva de energia como um todo no estado e há alguns fatores que impactam em seu valor. Entre eles, o tamanho do estado e da população atendida, a complexidade da logística para se levar energia à todas as regiões do estado e a grande dispersão dos consumidores pelo território. Todos esses fatores no Pará resultam em desafios para operação, manutenção e expansão da rede elétrica mais elevados que em outros estados, e por consequência os custos associados. Outro fator que impacta na fatura de energia é a carga tributária praticada no estado, definida pelas legislações federal, estadual e municipal.
Por fim, esclarecemos que conforme previsto no Contrato de Concessão de todas as distribuidoras do país, a ANEEL realiza anualmente, no aniversário do contrato, reajustes com o objetivo de atualizar as tarifas, seja para cima ou para baixo, em relação aos desafios verificados em cada estado.”
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