O grupo de deportados dos Estados Unidos que chegaram ao Brasil, nessa sexta-feira (24/1), relataram supostos conflitos com os agentes norte-americanos que os acompanharam no voo. Durante uma entrevista, um dos deportados estavam na aeronave acusou os agentes de maus-tratos e até mesmo de ameaças contra a vida.
“É triste, porque veio família, crianças. Os americanos são hipócritas, porque eles mesmos falaram ‘que se dane o seu governo. Se a gente quiser aqui, fecha a porta da aeronave, desce a gente e mata vocês’. Ele falou isso para a gente”, relatou Carlos Vinícius de Jesus.
Ao ser questionado como se sente ao chegar no destino final, Carlos afirmou: “Eu me sinto aliviado, porque cheguei com vida”.
Natural de BH, Carlos morava em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e há 8 meses tentou entrar ilegalmente nos EUA, com a esperança de ajudar a família e comprar uma casa para os filhos, uma menina, de 9 anos, e um menino, de 8.
O frentista disse que não pagou coiote – pessoa que se especializa em guiar migrantes que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos – e que gastou 30 mil dólares na saga, equivalente a mais de R$ 170 mil.
Em maio do ano passado, ele saiu de Minas Gerais, foi para São Paulo, depois para o Panamá e Guatemala. No país guatemalteco, atravessou de barco para a cidade de Tijuana, no México, onde tentou a travessia arriscada.
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, recebeu na última sexta-feira (24) o primeiro voo com deportados dos Estados Unidos desde a posse do presidente republicano Donald Trump.
Segundo o Itamaraty, 88 brasileiros estavam a bordo da aeronave. Este é o segundo voo com deportados com destino a Confins neste ano. O primeiro pousou em 10 de janeiro, ainda sob a gestão do democrata Joe Biden, com 100 pessoas a bordo.
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