Nesta quinta-feira (16), por volta das 15h, um grave incidente foi registrado na agência do Itaú localizada na esquina das ruas Nossa Senhora de Copacabana, 581 (agência 0308), com a Siqueira Campos, no Rio de Janeiro. A cliente, identificada como Berta, e sua filha, Myriam Jehane, jornalista, relataram ter enfrentado horas de espera e constrangimentos após buscarem atendimento sobre cobranças indevidas relacionadas a um consórcio. O gerente da unidade, identificado como Daniel, chegou a impedir fisicamente a saída das clientes, gerando indignação de outros presentes.
Segundo Berta, ela buscava esclarecimentos sobre débitos recorrentes de um consórcio contratado em 2020, no início da pandemia, em um momento de fragilidade pessoal. Apesar de ter solicitado o cancelamento por e-mail e telefone, os valores continuavam sendo descontados de sua conta – montante equivalente a meio salário mínimo mensalmente. A situação piorou quando a idosa e sua filha foram ignoradas pela atendente e, posteriormente, pelo gerente, que se recusou a oferecer respostas claras sobre o contrato.
“Ele não olhava nos nossos olhos, fazia anotações no computador sem responder às nossas perguntas e foi completamente desrespeitoso. Minha mãe estava emocionalmente abalada, pois foi enganada ao contratar um consórcio sem liquidez, com taxas abusivas e práticas fora dos padrões de mercado. Ao tentarmos sair, o gerente bloqueou a saída e chegou a empurrar minha mãe, que começou a chorar,” afirmou Myriam Jehane, que acompanhava sua mãe na tentativa de cancelar os débitos automáticos.
O gerente alegou que as cobranças estavam previstas no contrato, mas se recusou a fornecer qualquer explicação adicional. Ao bloquearem a saída, ele exigiu que as clientes apagassem supostos vídeos gravados durante o atendimento – mesmo sem qualquer registro feito por elas. A atitude gerou comoção entre outros clientes, que filmaram parte da ação.
Após o ocorrido, a polícia foi acionada, e mãe e filha registraram um boletim de ocorrência na delegacia de Copacabana. Elas também foram orientadas a entrar com uma ação no Juizado Especial contra o banco.
Berta busca o reembolso de R$ 11.990,15 pagos ao consórcio. No entanto, o banco alegou que apenas R$ 2.500 seriam devolvidos em até 10 anos devido a taxas administrativas de 30%, consideradas abusivas pela cliente.
O caso expõe questões graves relacionadas a práticas abusivas em contratos bancários, negligência no atendimento e até mesmo violação dos direitos das consumidoras. Até o momento, o Itaú não se manifestou oficialmente sobre o incidente.
Posicionamento Itaú:
O Itaú Unibanco lamenta o ocorrido na agência 0308 na última sexta-feira (17). O banco afirma que tomará as medidas necessárias e que reforçará as orientações de conduta ao time da unidade. Ressalta ainda que esclareceu para a cliente em questão sobre quais os termos e fluxos de cancelamento do produto contratado por ela.
Fonte: Jornal da República
Comentários