O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, interrompeu suas férias para conceder uma entrevista à GloboNews nesta terça-feira (07), onde classificou como “preocupante” a recente decisão de Marck Zuckerberg, fudandor da Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e Threads, de encerrar seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos. A política, criada há oito anos, tinha como objetivo reduzir a disseminação de desinformação nas plataformas da empresa.
Haddad destacou que a retirada da ferramenta pode abrir espaço para o aumento de notícias falsas e discursos prejudiciais. “Tivemos hoje um anúncio de uma importante organização de comunicação mundial, global, dizendo que vai retirar dos seus controles os filtros de fake news, aderindo um pouco à mentalidade de que liberdade de expressão inclui calúnia, mentira, difamação e tudo mais, o que nos preocupa”, afirmou.
O ministro também citou o impacto das fake news em contextos políticos recentes no Brasil. “Vimos o que aconteceu em 2018 com a democracia brasileira em relação às fake news, vimos o que aconteceu depois das eleições de 2022, dos preparativos não só de um golpe de Estado no Brasil, mas do assassinato de pessoas, inclusive com pagamento antecipado pelo resultado pretendido aos que executariam o plano”, pontuou.
Mudanças na moderação da Meta
Com o fim do programa de checagem, a Meta pretende adotar um modelo similar ao já usado pelo X (antigo Twitter), de Elon Musk, no qual os próprios usuários podem adicionar notas ou correções a postagens suspeitas, por meio do sistema “Notas de Comunidade”. A mudança ocorre em um momento de reposicionamento estratégico da empresa diante do cenário político norte-americano, marcado pela volta de Donald Trump à Casa Branca.
Segundo Haddad, a decisão reflete um mundo em que “questões ideológicas estão fazendo a diferença”, e alerta que a desinformação pode impactar negativamente processos democráticos e econômicos globais.
“Eleição é economia, mas é também mais do que isso. Estamos em um mundo tenso, onde a comunicação se tornou muito mais disruptiva do que foi no passado”, afirmou.
Entrevista completa:
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