Durante uma votação simbólica sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia, no Parlamento francês, na terça-feira (26), o deputado Vincent Trébuchet, do partido de direita União dos Direitos pela República, comparou a carne exportada pelo Brasil a lixo.
A fala do parlamentar acompanha a discordância de outros políticos em relação à proposta UE-Mercosul. “A realidade é que os nossos agricultores não querem morrer e que os nossos pratos não são lixos. Por não conseguirmos preservar nossa soberania nos últimos 25 anos, os governos franceses se mostraram distantes, tímidos, receosos em relação a esse acordo”, expressou Trébuchet.
O deputado se referiu aos protestos de fazendeiros franceses que são contra as medidas do acordo, que visam a importação de carne do Brasil e outros países do bloco regional, alegando que a ação tornaria o mercado desleal e “quebraria” os negócios da agricultura francesa, pois “não poderiam competir justamente, uma vez que os exportadores não respeitam as mesmas leis ambientais”.
“A tradicional vaca charolesa francesa, rústica e materna, não pode ser comparada à criação massiva na América do Sul, onde bovinos são engordados com soja transgênica em áreas desmatadas da Amazônia, abatidos e exportados como carne barata que ameaça nossa saúde e economia”, afirmou Vermorel-Marques. Ele também apontou o uso de pesticidas proibidos na Europa como um agravante.
Trébuchet também citou em sua fala uma auditoria realizada em novembro do ano passado, sobre a vigilância da gripe aviária no Brasil, com todo o critério, publicada pela Comissão Europeia.
“O que revela esse relatório? O que já sabemos: esses gigantes da avicultura no Brasil são incapazes de garantir normas sanitárias mínimas”, declarou.
O resultado da votação parlamentar, ainda que simbólica, mostrou uma maioria contra o acordo, foram 484 votos contrários e 70 a favor.
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