O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a democracia vive seu momento mais crítico desde a Segunda Guerra em um evento à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (24) em Nova York, nos Estados Unidos.
No encontro “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, Lula afirmou que diversos países enfrentaram desafios em relação à democracia, que a transformou em “apenas um ritual que repetimos a cada 4 ou 5 anos”.
“No Brasil e nos Estados Unidos, forças totalitárias promoveram ações violentas para desafiar o resultado das urnas. Na América Latina, as notícias falsas corroem a confiança e afetam os processos eleitorais”, disse Lula.
Ele continuou, acrescentando: “Na Europa, uma mistura explosiva de racismo, xenofobia e campanhas de desinformação coloca em risco a diversidade e o pluralismo. Na África, golpes de Estado demonstram que o uso da força para derrubar governos ainda refletem os resquícios do colonialismo.”
“Nossa luta é fazer com que a democracia volte a ser percebida como caminho mais eficaz para conquista e efetivação de direitos”, o presidente do Brasil disse em discurso no evento.
Lula defendeu que ” para devolver a esperança a milhões de deserdados da globalização, precisamos colocar a economia a serviço do povo”. Ele disse que “isso não significa acabar com o livre mercado, mas sim recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento sustentável e como garantidor do bem-estar e da equidade.”
Além do presidente Lula, do Brasil, e do presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, participaram do evento os presidentes da França, Emmanuel Macron, de Cabo Verde, José Maria Neves, do Chile, Gabriel Boric e do Conselho Europeu, Charles Michel.
Os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, do Timor Leste, Xanana Gusmão, de Barbados, Mia Motley, além dos representantes da Noruega, Colômbia, Quênia, México, Estados Unidos, Senegal e da ONU também estavam presentes no encontro para debater sobre a democracia.
Lula defendeu liberdade de expressão e regulação das redes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a liberdade de expressão e a regulação das redes sociais no evento “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo” na ONU, nesta terça-feira.
“A liberdade de expressão é um direito fundamental e um dos pilares centrais de uma democracia sadia, mas não é absoluta. Encontra seus limites na proteção dos direitos e liberdades de outros, e da própria ordem política”, disse Lula.
O brasileiro acrescentou que “as tecnologias digitais ajudam a promover e difundir o conhecimento, mas também agravam os riscos à convivência civilizada entre as pessoas”.
Ele explicou que “as redes digitais se tornaram um terreno fértil para os discursos de ódio misóginos, racistas, xenofóbicos que fazem vítimas todos os dias.”
Lula defendeu a regulamentação das redes sociais no discurso dizendo que “nossas sociedades estarão sob constante ameaça, enquanto não formos firmes na regulação das plataformas e do uso da inteligência artificial”.
“Nenhuma empresa de tecnologia ou indivíduo, por mais ricos que sejam, podem se considerar acima da Lei. Elas precisam ser responsabilizadas pelo conteúdo que circulam”, ele afirmou.
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