O trecho de uma entrevista com o ministro do STF, Gilmar Mendes, viralizou nesta quarta-feira (26), ao ser questionado pelo jornalista português Sérgio Tavares, sobre temas espinhosos como a intimação feita pelo Congresso dos Estados Unidos para que o também ministro do STF, Alexandre de Moraes, preste esclarecimentos sobre supostos ataques e violações sobre direitos humanos.
Tavares foi o jornalista português que ficou detido por algumas horas no Aeroporto de Guarulhos (SP), em 25 de fevereiro deste ano.
Segundo o repórter lusitano, o depoimento que foi obrigado a dar para a polícia federal foi puramente por questões políticos. O assunto, inclusive, também foi abordado com Gilmar Mendes, que apenas afirmou “lamento que tenha acontecido”
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Na época, o próprio diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), Rodrigo de Melo Teixeira, admitiu PF deteve o cidadão português por manifestações nas redes sociais.
A audiência pública atendeu a um requerimento (REQ 6/2024 — CSP) do senador Eduardo Girão (Novo-CE). No requerimento, o senador afirmou que Sérgio Tavares tinha chegado a Guarulhos para cobrir manifestações a serem realizadas em São Paulo em 25 de fevereiro, mas foi detido pela PF para prestação de informações, num ato “sem nenhuma justificativa plausível”, segundo Girão.
O jornalista português foi interrogado durante quatro horas e teve de responder a perguntas sobre suas manifestações em redes sociais relacionadas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), vacina e urnas eletrônicas.
Além de violar a liberdade de expressão e outros direitos previstos na Constituição, a realização de perguntas de caráter político a um suspeito de crime, por parte de agentes policiais, tem um papel intimidatório, afirmam juristas diversos.
Depois da repercussão negativa do fato, a Polícia Federal chegou a alegar que o jornalista não teria apresentado um visto de trabalho, o que era dispensável, segundo o próprio site do Ministério das Relações Exteriores.
O jornalista depois gravou um vídeo em que desmentiu a PF, apresentou o documento do interrogatório em que constavam as perguntas de teor político e nada mencionava sobre o visto.
Gilmar Mendes está em Lisboa, Portugal, para a 12ª edição de um evento promovido pelo IDP, universidade fundada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O evento está sendo “apelidado” de GilmarPalooza, em referência ao evento de rock Loolapalloza.
Assista o vídeo abaixo:
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