O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira (31) que Israel apresentou um novo plano de cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, e instou o movimento islâmico palestino a aceitá-lo para encerrar quase oito meses de conflito.
“Israel ofereceu uma proposta nova e abrangente com diretrizes para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns”, afirmou Biden, de 81 anos.
As declarações de Biden foram feitas após as tropas israelenses avançarem até o centro de Rafah, intensificando a guerra contra o Hamas, apesar dos apelos internacionais para cessar a ofensiva terrestre nessa cidade ao sul de Gaza.
O plano israelense, detalhado por Biden, envolve três fases: uma trégua inicial com a retirada das tropas israelenses das áreas povoadas de Gaza por seis semanas, seguida pela troca de reféns mantidos pelo Hamas por presos palestinos. O cessar-fogo temporário poderia se tornar permanente se o Hamas cumprir seus compromissos, levando à libertação de todos os reféns.
Entretanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a guerra só terminará com a eliminação política e militar do Hamas, que governa Gaza desde 2007.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023, quando comandos islâmicos mataram 1.189 pessoas no sul de Israel e sequestraram 252. Israel afirma que 121 ainda estão como reféns em Gaza, com 37 deles mortos. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre que já resultou em 36.284 mortes em Gaza, segundo o Ministério de Saúde do território palestino.
Biden enfatizou a necessidade de encerrar a guerra e aproveitar o momento para iniciar uma nova fase. A proposta de Israel surge após várias tentativas fracassadas de acabar com o conflito.
O Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, insiste que qualquer cessar-fogo deve ser permanente. Seu líder político, Ismail Haniyeh, afirmou que as principais demandas, incluindo o cessar-fogo permanente e a retirada total de Israel, são inegociáveis.
Desde o início da ofensiva terrestre israelense contra Rafah em maio, a situação no sul de Gaza se tornou “apocalíptica”, segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU. O Exército israelense anunciou que seus comandos estão operando no centro da cidade, onde destruíram um depósito de armas do Hamas, e reportou a morte de dois soldados, elevando para 292 o número de militares mortos desde o início da ofensiva terrestre.
Antes da operação em Rafah, a ONU estimava que 1,4 milhão de pessoas buscavam refúgio na cidade, mas desde então, um milhão já teria fugido, segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Testemunhas relataram bombardeios israelenses em Rafah e Nuseirat, no centro de Gaza.
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