O Ministério da Igualdade Racial, comandado por Anielle Franco, solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Social que as famílias ciganas, quilombolas e de terreiros sejam priorizadas na distribuição de alimentos durante as ações emergenciais no estado do Rio Grande do Sul, afetado por fortes chuvas.
Paula Balduíno, diretora responsável pelas políticas de quilombolas e ciganos no ministério, disse à Folha de S. Paulo que desde o último final de semana, a pasta vem empreendendo esforços para identificar as famílias impactadas. Porém, ela ressalta a dificuldade desse trabalho de levantamento de informações, uma vez que algumas cidades ficaram sem energia, tornando algumas lideranças incomunicáveis.
Paula reportou ao jornal paulistano que o ministério tem recebido vídeos e áudios de ciganos relatando os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo ela, é angustiante ouvir relatos como o de um senhor que perdeu o guarda-roupa da sua netinha.
A medida, no entanto, é vista com desconfiança pela oposição. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que “nem na tragédia há sanidade no governo Lula. A proridade deve ser para todos que estejam necessitando, independente de qualquer coisa”.
No último domingo (5), o próprio Ministério da Igualdade Racial informou que estava monitorando os impactos “especialmente” nas comunidades quilombolas, ciganas e de terreiros, e que tem articulado com outras pastas e movimentos sociais o envio de cestas básicas e outros itens de primeira necessidade.
O boletim mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado na manhã desta terça (7) aponta que já são 388 cidades atingidas em todo o estado, com mais de 1,3 milhão de pessoas afetadas. As enchentes fizeram 90 vítimas fatais e ainda há 361 feridos e 132 desaparecidos.
O estado gaúcho tem 203,8 mil pessoas fora de casa, sendo que 48,1 mil estão em abrigos e 155,7 mil desalojados.
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