Uma manifestação dos servidores em greve do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Ceará, em frente à Arena Castelão, teve conflito entre os manifestantes e policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Na manhã desta segunda-feira (22), os agentes de segurança utilizaram spray de pimenta contra os grevistas e realizaram a prisão de um servidor.
O protesto contava com cerca de 70 servidores denunciando a contratação temporária de vistoriadores para atuar na fiscalização dos veículos, substituindo os fiscais do Detran. A categoria está em greve desde o dia 3 de abril, contestando essa medida.
Segundo relatos, os policiais militares lançaram o spray de pimenta após não serem atendidos no pedido para dispersar os manifestantes do local. Os grevistas classificaram a ação como “truculenta”.
Em vídeos divulgados, os agentes do Detran aparecem de braços dados, enfileirados, sendo alvos do spray de pimenta, inclusive uma servidora deitada no chão.
Após a prisão, cerca de 30 manifestantes se dirigiram até a delegacia, na avenida Alberto Craveiro, próxima ao estádio. O servidor detido foi autuado por desacato, permanecendo aproximadamente uma hora na delegacia antes de ser liberado.
O Detran-CE emitiu uma nota explicando que direcionou o atendimento de vistorias previamente agendadas para o estacionamento da Arena Castelão como medida para garantir o atendimento à população, dada a mobilização grevista que impede o acesso às unidades do órgão. No entanto, diante da tentativa de obstrução do acesso e dos trabalhos na Arena Castelão, a Polícia Militar foi acionada.
Além disso, o órgão ressaltou que a Justiça cearense apontou a ilegalidade da greve. “Assim, o departamento de trânsito aguarda que os servidores retornem ao trabalho, garantindo assim o pleno funcionamento das unidades e a devida prestação de serviços ao cidadão”.
Já, o Sindicato dos Servidores do Detran informou que a manifestação estava respaldada legalmente, e que a vistoria que estava sendo realizada na Arena Castelão era irregular, conforme estabelecido pela resolução 941 do Contran. O sindicato planeja pedir a anulação das vistorias na Justiça. Após a intervenção policial, o servidor detido foi encaminhado ao 16º Distrito Policial, mas foi liberado em seguida.
“Os servidores, que lutam por melhores condições de trabalho e a reestruturação das tabelas salariais, foram surpreendidos com a intervenção militar”, informou o sindicato.
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