Belém chega ao aniversário de 408 anos diante de diversos desafios. Um dos mais agudos diz respeito ao lixo: mais de 1.300 quilos de resíduos sólidos produzidos por dia estão prestes a não ter local para ser depositado. Uma foto com um bolo em meio a um lixão a céu aberto viralizou nas redes sociais na manhã desta sexta-feira (12), dia em que se comemora o aniversário da capital paraense.
Os últimos meses foram marcados por episódios como protestos de moradores, barricadas feitas com lixo em chamas, paralisação do serviço de coleta e um imbróglio judicial para adiar o fechamento do único aterro sanitário apto a operar no Pará.
Um cenário complexo que expõe a falta de gestão ambiental de uma das principais capitais da Amazônia, a primeira cidade brasileira escolhida para sediar a COP, evento da ONU que é a mais importante agenda mundial sobre ecossistema.
As três cidades mais populosas da Grande Belém (Belém, Ananindeua e Marituba) depositam todo o resíduo sólido no aterro de Marituba. São 480 mil toneladas de por ano. Belém corresponde a quase 75% dos resíduos, Ananindeua com cerca de 20% e Marituba com aproximadamente 5%. O local é o único aterro sanitário do Pará autorizado e licenciado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas).
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Há anos a população de Marituba protesta exigindo o fechamento do aterro, que afeta a saúde dos moradores da região ao provocar poluição do solo e do ar, e atrair insetos e roedores.
A crise ganhou novo capítulo quando a empresa que administra o aterro suspendeu as atividades. Segundo a Guamá Resíduos Sólidos, a paralisação no fim de outubro do ano passado ocorreu porque a Prefeitura de Belém acumulava dívida de R$ 15 milhões, referentes aos serviços prestados nos meses de maio, junho, julho e agosto de 2023, além de uma pendência relativa ao mês de dezembro de 2022.
Com a suspensão dos serviços, filas de caminhões de coleta de lixo se formaram em frente aos portões do aterro. Após negociação, horas após comunicar a paralisação dos serviços, a empresa que administra o aterro de Marituba liberou durante a noite o acesso dos caminhões que transportam lixo ao local. O tempo foi suficiente para o lixo se acumular pelas ruas de Belém.
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