Quase 400 km separam Aylla de Souza do sonho de realizar o Enem pela primeira vez neste domingo (5). A candidata, de 17 anos, é moradora de Capitão Poço, interior localizado no nordeste do Pará, mas foi lotada para realizar a prova em uma escola de São Luís, no estado do Maranhão.
O caso é um dos 50 mil registrados pelo Inep de erro de distribuição dos inscritos para fazer a aplicação do Enem.
De acordo com levantamento do Inep, dos cerca de 4 milhões de estudantes que farão Enem este ano, 1% teve problemas com o local das provas.
Pelas regras, são admitidas distâncias de no máximo de 30 km entre o local de moradia do aluno e o local de realização da prova. Por isso, o Inep liberou as solicitações para reaplicação da prova em dezembro a todos os que estão a mais de 30 km de suas casas.
Aylla, que pretende cursar Letras Língua Inglesa, relata que estranhou ao ver o local da prova, por não reconhecer o nome da escola. Ao perguntar para a mãe, essa também não soube responder onde seria. Ao consultar, então, o site do Enem, elas viram que o local de prova ficava em outro estado.
“Ficamos desesperadas pensando: ‘e agora?’. Ficamos sem entender nada, porque fizemos a inscrição juntas. Moramos no município de Garrafão do Norte e a opção para local de prova na região só há uma, que é no município a 22 km daqui chamado Capitão Poço”, diz.
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A inscrição de Aylla foi feita com auxílio de sua mãe, Alaine Priscila de Sousa, que relata que a confusão pode ter sido causada pela naturalidade da filha, que nasceu no Maranhão.
“Viemos para o Pará, Aylla tinha cinco anos, e desde então mora aqui. Fez toda a trajetória escolar no Pará. Eu acho que simplesmente eles pegaram a naturalidade dela de nascimento e jogaram o local de prova pra São Luís do Maranhão”, diz.
Dois dias depois, a estudante viu reportagem que relatava que vários outros candidatos estavam na mesma situação que Aylla. Neste momento, a mãe da candidata chegou a registrar uma reclamação formal no site do Inep, mas conta que não obteve nenhum retorno até agora, véspera da prova.
Alaine diz que o erro causou grande frustração e insegurança, já que o Inep levou dias para informar publicamente sobre os erros e mais ainda para anunciar que soluções seriam providenciadas.
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