A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 foi palco de momentos tensos protagonizados pelo senador Sergio Moro (União-PR) e o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker da Vaza Jato”. Durante depoimento, ele chamou o parlamentar de “criminoso contumaz” e disse sofrer perseguição.
“Fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive, compara à perseguição que o senhor fez com o presidente Lula e integrantes do PT”, disse o Walter. “O senhor é inocente como o presidente Lula então. É isso?”, debochou Sérgio Moro.
Delgatti fo preso preventivamente na Operação Spoofing, da Polícia Federal, em 2019, que deteve seis hackers suspeitos de invadirem os celulares de autoridades, incluindo Moro.
Moro foi juiz do Tribunal Reginoal Federal da 4ª Região (TRF-4) e responsável pelo julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do Triplex do Guarujá. Ele teve mensagens do aplicativo Telegram vazadas por Delgatti. Anos depois, Lula teve condenações anuladas após Moro ter sido considerado parcial no julgamento contra o petista.
Nesta quinta, Moro fez uma série de questionamentos sobre os antecedentes criminais de Delgatti. O hacker respondeu afirmando que teve acesso às mensagens do senador e que ele é um “criminoso contumaz”, ou seja, que comete crimes de maneira insistente.
“Ressaltando que eu li as conversas de vossa excelência, de forma privada, e posso dizer que o senhor é um criminosos contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes para anular condenações de pessoas inocentes”, disse.
Moro alertou Delgatti que chamar um senador de “criminoso” pode se configurar em calúnia, no que o hacker recuou: retirou o que disse e pediu “escusas”.
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