Após participarem de protesto e paralisação, previamente comunicado, em reivindicação aos pagamentos de salários atrasados, médicos das Unidades de Pronto Atendimento do Jurunas e da Marambaia foram sumariamente demitidos.
Os profissionais estavam trabalhando de forma contínua mesmo sem receber pelos serviços prestados, sem estoque de medicamentos e segurança adequada.
Os desligamentos ocorreram no último dia 27, por meio de comunicado enviado pela Organização Social Gestão Médica Especializada – GME, via WhatsApp, sem aviso prévio.
A última paralisação realizada pelos médicos das UPAS Jurunas e Marambaia foi realizada em janeiro, em reivindicação aos pagamentos de novembro e dezembro. Após o movimento os pagamentos foram realizados de forma fracionada.
Cerca de 18 médicos que aderiram ao movimento foram surpreendidos com o comunicado de desligamentos dos serviços em ambas as unidades, sem esclarecimentos ou previsão de recebimentos pelos plantões realizados em janeiro e fevereiro.
“Não sabemos quando vamos receber o mês de fevereiro, nem de janeiro. Como já é final do mês, dia 1° não tenho onde trabalhar, se tivesse sido avisado antes poderia ir atrás com antecedência”, desabafou um dos profissionais no fim do mês passado.
Em denúncia, os médicos ainda relataram um episódio prévio de ameaça por parte do gestor da Organização Social InSaúde, responsável pela gestão das Unidades, em visita recente a Belém.
“Ele havia falado que não faria mais parte da empresa dele tal médico do Jurunas que se pronunciou na reunião e falou coisas que ele não gostou. Ele disse que não fazia mais parte, que iria remover. A gente ouviu isso em tom de ameaça para não grevar na Marambaia também. Após essa reunião a Marambaia recuou a entrar em greve”, relembra.
“É assustador e inaceitável que justo no governo do Psol, que se diz guerreiro pelos direitos dos trabalhadores e um guardião da democracia, puna-se com afastamento sumário, seguido de exclusão, os trabalhadores médicos que servem ao SUS, por reivindicarem honorários de plantões atrasados”, concluiu o diretor do Sindmepa, Wilson Machado.
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