Bem que a coluna avisou: o inédito engajamento da cúpula da Segurança Pública do Pará na política partidária era a ‘sarna’ que os delegados da Polícia Civil do Pará procuravam ‘para se coçar’ publicamente – sem falar nos dois delegados federais cedidos ao governo, Ualame Machado, da Segurança Pública, e Rômulo Rodovalho, da Saúde, que, também junto aos seus pares federais, não escapam de críticas por vestirem a camisa política, levando auxiliares próximos de roldão. O alvo preferencial, porém, atende pelo nome de Walter Rezende, o delegado-geral, tecnicamente considerado ‘a autoridade máxima’ da Polícia Civil.
Olho do furacão
Até o primeiro turno das eleições, quando participavam de manifestações promovidas dentro da campanha de reeleição do governador Helder Barbalho – depois de se apresentarem publicamente no lançamento da candidatura, no Mangueirinho -, delegados que integram o círculo de Walter Rezende e ele mesmo eram vistos apenas como ‘DAS do governo”, ‘paus mandados’ e coisas do gênero. Agora, com Helder reeleito, e se exibindo em defesa da candidatura de Lula, inclusive fazendo o “L”, provocam a fúria de policiais aposentados que, ao seu tempo, criaram o invólucro do respeito à instituição que veem atualmente pisoteada pela ‘falta de isenção e descrédito público’.
Ataque fontal
A delegada Iraci Terezinha puxou o cordão de insatisfeitos com a postura que considera desabonadora do delegado-geral ao divulgar áudio nas redes sociais. Aos 74 anos de idade, Iraci Terezinha foi diretora da Academia de Polícia – instrutora de Walter Rezende -, e presidente da Associação dos Delegados. Seu áudio, ao qual o delegado-geral respondeu em uma infrutífera tentativa de esclarecer os fatos, com o respeito q ue a mestra merece, ganhou reforço de outro delegado de respeito, Athos Streptow, que fez suas as palavras da delegada. No meio do pitiú, o ex-delegado João Moraes, que foi candidato nas últimas eleições, tentou botar panos quentes na situação. Em vão.
Perguntar não ofende
Com tamanha desenvoltura na defesa do candidato Luís Inácio Lula da Silva, a pedido do governador na sua jornada de ‘vida ou morte’, como fica a cara da Polícia Civil do Pará dia 30 agora – e depois -, segundo turno das eleições, uma vez que o primeiro turno é passado? Como fiscalizar um pleito tão delicado e complicado se o delegado-geral tem lá suas preferências políticas. Como diz a lenda, o Brasil não é para amadores…
Tiro pela culatra
Parece claro que o delegado-geral perdeu a noção de serviço público, chegando ao ponto de desgastar o próprio governo, além da instituição que dirige e da qual a população precisa como referência de segurança, responsabilidade e transparência. Como separar o delegado-geral Walter Rezende do cidadão Walter Rezende. No mais, seu nome e os de seus delegados estão carimbados politicamente, ad aeternum.