O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção das publicações que dizem que Lula (PT) defende a invasão de igrejas e a perseguição de cristãos. As publicações foram feitas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e por apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Em setembro deste ano, a Corte Eleitoral já havia ordenado apagar publicações de Eduardo que eram parecidas. A decisão foi da ministra Cármen Lúcia, do TSE, que depois acabou referendada pela Corte.
“Observo que as publicações impugnadas transmitem, de fato, informação evidentemente inverídica e prejudicial à honra e à imagem de candidato ao cargo de presidente da República nas eleições 2022 Lula”, informou a decisão de Sanseverino.
A campanha do petista havia pedido a remoção do conteúdo das redes sociais, argumentando que a decisão de Cármen já incluía publicações de teor parecido. “As novas publicações revelam desobediência à determinação da Corte”, comunicou a defesa. “As publicações buscam associar que o candidato Lula apoiaria veementemente um regime autoritário e que persegue cristãos, o que sabiamente é uma inverdade”, concluiu.
Lula, Ortega e cristãos
O ex-presidente Lula tem evitado comentar a situação da Nicarágua. Em entrevista ao jornal El País em novembro do ano passado, o petista minimizou a ditadura de Ortega. Na fala, ele comparou o tempo em que o ditador e a chanceler alemã Angela Merkel estão no poder, mas afirmou que Ortega errou se mandou prender opositores.
“Temos que defender a autodeterminação dos povos”, disse Lula. “Sabe, eu não posso ficar torcendo. Por que a Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não?”
Em um discurso durante um evento público em setembro, o ditador da Nicarágua afirmou que a Igreja Católica é uma “ditadura perfeita, uma tirania perfeita”. “Quem elege os sacerdotes? Quem elege os cardeais? Quem elege o papa? É uma ditadura perfeita, uma tirania perfeita!” afirmou Ortega, cujo governo tem feito uma perseguição sistemática a cristãos.
No país, já houve prisões, fechamento de canais de televisão católicos, a expulsão de missionários e a perseguição a padres e bispos. Em março, a Nicarágua expulsou o embaixador do Vaticano.
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