A cada nova pesquisa eleitoral divulgada, a presidência do PT no Pará aumenta o boicote à campanha de Ana Júlia à Câmara Federal. Com todo o vento que a pipa da ex-governadora precisa, conforme atestam as pesquisas de intenções de voto, os coordenadores da campanha não deixam barato: o último contra-ataque resultou em apagar, ainda que de maneira sutil, o nome da deputada estadual Dilvanda Faro das peças publicitárias em que a mulher de Belo Faro também aparece como candidata à Câmara, concorrendo com Ana Júlia.
Bateu o desespero?
Essa situação acabou gerando desespero no reduto da família Faro.
Ex-presidente da Fetagri e merecedor do apoio luxuoso do governador Helder Barbalho – mas, nem tanto quando quanto esperava -, Beto Faro acreditava que seria eleito senador com facilidade, o que parece longe de acontecer, uma vez que continua figurando nas pesquisas eleitorais em terceiro lugar, em disputa direta com o ex-prefeito de Ananindeua Manoel Pioneiro.
A volta que faz o anzol
Ainda por cima, Beto Faro alimentava a expectativa de eleger a mulher Dilvanda para a vaga que acreditava iria deixar na Câmara Federal, perpetuando a família na vida política. Só faltou combinar com os russos: além de ser considerado “pesado e intragável” para dez de cada dez integrantes da base do governador Helder Barbalho, o candidato do PT ao Senado tem fama de ingrato e de galgar postos jamais imaginados, desde que deixou a presidência da Fetagri, à custa de sacrifícios alheios, incluindo aí uma escada chamada Paulo Rocha.
Palavras o vento leva
E o pior dos cenários: o fato de Beto Faro não cumprir os compromissos firmados com os companheiros de partido ao arredar Paulo Rocha, senador com mandato longevo e amigo do presidente Lula, da disputa, tem facilitado a migração de apoios e dobradinhas de Dilvanda Faro para a governadora Ana Júlia, isso de forma orgânica, o que, ao final e ao cabo, fere Beto Faro de morte.